Deus nos concedeu a terra, seus mares, rios, montanhas, alimentos dos mais diversos, o sol, a lua e a inteligência. A vida é fácil de se viver, acontece, que o homem procura sempre arranjar algo que possa dificultar a travessia dos tempos, diante da sua contínua insatisfação, carregada por ambição e olhar voltado para querer sempre algo além do que já lhe é suficiente para ser feliz.
Vivemos enormes desencontros, onde o egocentrismo domina os passos do homem e transforma o amor num sentimento trancado por muros, que dificultam a convivência sob a égide da paz e solidariedade. Diante de tantos percalços, ficamos a imaginar o que seria do mundo se não houvesse poetas e poesia? Certamente viveríamos num planeta ainda mais extremamente deserto, bárbaro e rígido.
É, pois, o coração poético que nos possibilita manter a esperança de dias melhores, de suavizar as dores do mundo, nos fazendo acreditar que ainda há espaço para um olhar fraterno, de que haverá sempre uma mão estendida para nos amparar em instantes de dificuldade, de que sempre terá uma luz a penetrar em nossa alma renovando a fé em Deus. A poesia é um toque divino que num sopro de brilho sublime faz do poeta um ser capaz de enxergar situações e coisas que só o olhar da ode permite.
A poesia é arte planetária, mas tem algumas terras que são mais abençoadas e possuem a fertilidade maior de acolher e brotar sementes poéticas. Não se pode negar que a região do Pajeú é berço intenso e infinito da poesia suprema dos sertões nordestino. A poesia é a cara do Pajeú, onde o vento assopra verso e trovas. A poesia humaniza e planta em nós o acreditar no amor e, que viver é Dom de Deus e vale a pena curtir a vida cada momento.
Onaldo Queiroga
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