
Angela Merkel deixará a liderança da Alemanha em 2021, depois de quatro mandatos consecutivos. Ela está no poder desde 2005.
A chanceler tinha uma estratégia para emplacar uma sucessora, mas o plano não deu certo: a escolhida, Annegret Kramp-Karrenbauer, desistiu em fevereiro de 2020.
O partido delas, a União Democrata Cristã (CDU) havia decidido eleger um líder ainda em 2020 para concorrer em 2021. Também não deu certo: por causa da pandemia, as eleições internas precisaram ser adiadas sucessivas vezes.
Agora, as prévias vão acontecer no dia 16 de janeiro. Cerca de mil dirigentes do partido vão escolher o líder da CDU, que, automaticamente, será o favorito nas eleições gerais, programadas para o dia 26 de setembro.
Há três políticos com mais chances:
- Friedrich Merz, deputado conservador
- Armin Laschet, primeiro-ministro da região do Norte do Reno-Westphalia
- Norbert Röttgen, deputado que já foi ministro do Meio Ambiente
Merz foi derrotado por Merkel em 2005, quando ela, e não ele, se tornou líder do partido que conseguiu ser o mais votado nas eleições daquele ano para o Parlamento (é comum usar a palavra Bundestag, em alemão, para descrever a Casa).
Ele representa uma ala mais conservadora da CDU, explica o cientista político Oliver Stuenkel, que emprega a expressão “direita raiz” para falar de Merz.
O pré-candidato chegou a abandonar a política durante dois anos, em 2009 e 2010, para se dedicar ao trabalho de advogado. Ele representa grandes corporações e fundos de investimento e ficou rico dessa forma (em 2018, houve uma polêmica no país: ele disse ser de classe média alta, mesmo sendo dono de dois aviões particulares).
A ala de Merz na CDU critica Merkel por ela ter, supostamente, erodido a marca do partido, que hoje não seria mais de direita, mas, sim, centrista, afirma Stuenkel.
Merkel “ocupou o espaço do Partido da Social Democracia (SPD), o que, em parte, explica o sucesso dela nas eleições; muita gente de centro-esquerda em favor dela”, diz Stuenkel.
Armin Laschet é o atual líder da região mais populosa da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália. A mídia internacional o descreve como um centrista dentro da CDU.
Segundo Stuenkel, ele é tido como uma pessoa fácil de lidar e mais flexível nas negociações. Entre os três, ele seria o que tem mais simpatia de Merkel.
Quando Merkel decidiu receber refugiados em 2015, ele foi um dos principais apoiadores.
Laschet foi jornalista antes de se tornar político.
Ele se tornou o líder da Renânia do Norte-Vestfália em 2017, quando a CDU passou a governar o estado.