Nos últimos cinco anos, Beatriz Ferreira subiu no pódio em 29 das 30 competições que disputou. Não seria nas Olimpíadas de Tóquio 2020 que esta sequência incrível se encerraria. A peso-leve (até 60kg) brasileira confirmou a “medalha mais garantida” do Time Brasil na madrugada desta terça-feira ao derrotar a uzbeque Raykhona Kodirova por decisão unânime nas quartas de final do boxe olímpico – não há disputa de terceiro lugar na modalidade, e todos os semifinalistas sobem ao pódio.
– Agora vamos mudar a cor dela (da medalha). Esquece!
Ela repetiu o discurso em entrevista ao SporTV:
– Conseguimos, já temos três medalhas garantidas. Mas a gente está treinada para o ouro, a gente quer o lugar mais alto do pódio. Mas é claro que a gente já está feliz.
A adversária na semifinal será a finlandesa Mira Potkonen, que venceu a turca Ezra Yildiz por decisão dividida. As duas já se enfrentaram anteriormente, e Ferreira saiu com a vitória no último confronto.
Bia abriu a luta colando um direto de direita no rosto de Kodirova. Mesmo mais baixa que a adversária e enfrentando uma canhota, tipicamente um confronto difícil no boxe, a baiana tomou o centro do ringue desde o início e ditou o ritmo. A uzbeque tentava preservar a distância no perímetro e teve alguns bons contragolpes, mas Ferreira acertou os golpes mais pesados, especialmente com o cruzado de esquerda.
Kodirova tentou ser mais ofensiva no segundo round. Isso deixou Bia ainda mais confortável para jogar no contra-ataque, e seu cruzado de esquerda consistentemente entrou na cabeça da uzbeque. A brasileira também começou a acertar alguns bons ganchos na linha de cintura. O direto de direita de Bia balançou a uzbeque na reta final.
A vitória já estava praticamente garantida ao final do segundo round com um 20-18 em todos os cartões de pontuação. Mas Kodirova não se entregou e ainda conectou alguns jabs no início do terceiro e último round. Bia respondeu com muita pressão, disposta a buscar o nocaute. Ela conectou bons uppercuts e diretos de direita. A uzbeque chegou a cair, mas num desequilíbrio que não foi causado por golpes. Ferreira seguiu pontuando bem até o fim.
– A luta foi do jeito que a gente esperava. A gente está preparado, a gente está treinando há cinco anos para isso aqui, então temos que ter todos os jogos – comentou Bia após a luta, em entrevista ao SporTV.
A pugilista baiana entra como favoritíssima para a semifinal, mas afirmou que não sente o peso das expectativas da torcida.
– Eu fico feliz desse favoritismo que vocês estão falando. Pego isso como um carinho, como um gás a mais, uma energia positiva. Mas a gente está favorecendo o boxe, a gente quer que o boxe seja o favorito da galera que está acompanhando.
Fonte: GE
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