A Associação Chinesa de Futebol enfim confirmou nesta quarta-feira a data de retorno do Campeonato Chinês. A temporada 2020, que teve início adiado por conta da pandemia do novo coronavírus, começará no dia 25 de julho. Desta forma, a elite do futebol do país voltará a ter atividades depois de quase oito meses – o campeonato de 2019 terminou em dezembro passado.
Para permitir a retomada do futebol de forma mais segura, a organização decidiu modificar o formato da Superliga Chinesa, que abrirá mão dos pontos corridos para ser dividida em duas fases. Na primeira, os 16 clubes serão divididos em dois grupos – cada um deles terá partidas disputadas em uma sede. Os jogos da chave A serão na cidade de Dalian, e da B, ocorrerão em Suzhou. O regulamento da fase final ainda não foi concluído.
No grupo A ficarão Guangzhou Evergrande, Jiangsu Suning, Shandong Luneng, Henan Jianye, Dalian Pro, Guangzhou R&F, Shanghai Shenhua e Shenzen Jiazhaoye. No B, estarão Beijing Guoan, Shanghai SIPG, Wuhan Zall, Tiajin Teda, Chongqing Dangdai, Hebei China Fortune, Qingdao Huanghai e Shijiazhuang Ever Bright.
Os times deverão rumar para as sedes de cada grupo 10 dias antes do início dos jogos, e lá permanecerão concentrados para a disputa das partidas. A federação chinesa desenvolveu uma cartilha com protocolos rígidos de segurança a serem respeitados. Há alguns detalhes que ainda precisam ser esclarecidos, de acordo com o portal “Sina Sports”, como o processo de rebaixamento e acesso ao fim da temporada.
Também não houve esclarecimento sobre as regras para a utilização de estrangeiros. A janela de transferências foi modificada e terá três semanas a mais, indo de 2 a 29 de julho. Haverá, ainda, um terceiro mercado entre 1º e 30 de setembro.
Fronteiras fechadas atrapalharam estrangeiros
A edição 2020 da liga estava prevista para começar no dia 22 de fevereiro – planos que caíram por terra diante da força da pandemia do novo coronavírus, que começou a se espalhar pelo país ainda no fim do ano passado. País onde teve origem a pandemia da Covid-19, a China optou por ser mais cautelosa com relação à retomada de eventos esportivos. A federação local vinha analisando as opções mais seguras para a retomada da Superliga, com a mudança no formato original. Até mesmo o cancelamento da temporada 2020 chegou a ser cogitado pela imprensa local.
As equipes chineses voltaram a treinar ainda no fim de março, mas contar com seus elencos completos. O governo do país decidiu fechar as fronteiras para estrangeiros na mesma época, fazendo com que muitos atletas não conseguissem retornar para a China a tempo – uma vez que haviam recebido dispensa para voltar a seus países de origem diante da pandemia.
Atletas brasileiros como Hulk e Oscar conseguiram voltar minutos antes de a proibição da entrada de estrangeiros ser colocada em prática – os jogadores naturalizados chineses, como Elkeson, Alan e Ricardo Goulart, não tiveram problemas para entrarem no país.
Outros profissionais, como Talisca e Renato Augusto, voltaram à China nas últimas semanas – quando o país começou a permitir a entrada de alguns voos comerciais por semana. Para isso, os viajantes precisam passar por testes assim que chegam ao país e podem ser submetidos a quarentenas de 14 dias. Mas ainda há alguns atletas, como Alex Teixeira, Alan Kardec e Róger Guedes, que permanecem no Brasil aguardando instruções por parte de seus clubes.