O suspeito de matar o jogador Daniel foi preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Civil de São José dos Pinhais. A prisão ocorreu na casa onde mora o empresário Edson Brittes Júnior, de 38 anos, na Região Metropolitana de Curitiba. A filha de 18 anos e a esposa do suspeito também foram presas.
De acordo com o advogado Claudio Dalledone, que defende o suspeito, a prisão é temporária. A filha de 18 anos do suspeito também foi presa nesta manhã, no mesmo local, segundo o advogado. Eles saíram da residência e seguiram para a delegacia por volta das 8h15.
Conforme Dalledone, a esposa do suspeito se apresentou à polícia, na quarta-feira. Ela é mãe da jovem presa. Elas foram detidas para “averiguação”, ainda de acordo com o advogado, que também disse que as prisões das duas são temporárias.
– Trata-se de um pai de família que se viu na contingência de ter que reagir a um estupro que estava ocorrendo conta a mulher dele. A mulher gritou por socorro. Ele arrombou a porta, e esse indivíduo estava em cima da mulher dele tentando estuprar essa mulher – afirmou o advogado Cláudio Delladone, que defende o suspeito Edson Brittes Júnior e a esposa.
O advogado contou que os fatos aconteceram na comemoração do aniversário da jovem de 18 anos. O casal tem mais uma filha, uma menina de 11 anos.
– Um homem que não demonstra nenhuma periculosidade, mas que agiu impelido por um motivo de relevante valor moral, social e sob domínio de violenta emoção = falou Dalledone sobre o empresário.
O corpo de Daniel Corrêa de Freitas foi encontrado no último sábado, dia 27, em uma mata perto de uma estrada rural na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais. Ele foi sepultado na quarta-feira, em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, cidade da família.
Até o momento, a Polícia Civil não deu informações sobre a motivação do crime. As prisões temporárias valem por 30 dias.
Em entrevista à RPC, afiliada da Globo no Paraná, o empresário Edson Brittes Júnior disse que perdeu o controle quando agrediu Daniel.
– Eu fiquei aterrorizado quando vi ele com a minha mulher. Eu bati muito nele. Muito, muito. Tirei ele para fora da casa, não sei se estava acordado, desacordado, se só tinha fechado o olho – afirmou o suspeito.
Depois da agressão, o empresário contou que colocou Daniel no porta-malas do carro e o tirou da casa, junto de três amigos. Ele disse que os amigos tentaram o impedir de cometer o crime, “mas não iam conseguir” em função do descontrole emocional que tomou conta do empresário. Edson Brittes Júnior disse que usou uma faca para matar o jogador.
– Eu não pensava em nada. Eu tinha uma faca no carro, uma faca pequena, que eu usava no carro, que fica junto com as ferramentas no porta malas. Eu não sabia que eu ia fazer aquilo, eu estava desesperado, fora de mim. Olhei no porta-malas e vi o que tinha – relatou o suspeito.
Testemunha
Na quarta-feira, uma testemunha considerada chave foi ouvida pela Polícia Civil durante três horas. A testemunha esteve com Daniel momentos antes da morte.
Segundo o advogado da testemunha, Jacob Filho, Daniel foi espancado dentro da casa do principal suspeito do crime e que havia muito sangue no local. O motivo seria passional, em razão de um relacionamento do jogador com a esposa do suspeito.
A testemunha contou que Daniel e mais seis pessoas, incluindo ele, estavam em uma boate em Curitiba, quando decidiram ir para a casa do suspeito do crime.
Em meio à festa na casa, a esposa do suspeito teria gritado por “socorro”. Em seguida, Daniel é visto dentro do quarto sendo espancado por quatro pessoas.
O advogado salientou que ainda não é possível saber se Daniel estava tendo um relacionamento amoroso com a esposa do suspeito ou a violentando.
Conforme a testemunha, o autor do crime procurou as pessoas que estavam na casa para montar um álibi mudando as versões dos fatos.
Com medo, a testemunha resolveu se apresentar na delegacia com um advogado para dar informações.
Investigação
A Polícia Civil também analisou as imagens do circuito de câmeras de segurança do bar onde Daniel esteve na última sexta-feira, dia 26
A assessoria de imprensa do estabelecimento confirma que o jogador esteve no bar naquela noite, mas que não houve nenhuma confusão envolvendo o Daniel na boate.
Segundo a apuração preliminar do Instituto Médico-Legal (IML), um ferimento por arma branca foi apontado como a causa da morte. Além disso, de acordo com a Polícia Civil, o órgão genital do jogador foi cortado.
A Polícia Civil informou que um inquérito policial foi instaurado na Delegacia de São José dos Pinhais para apurar os fatos.
Daniel Corrêa Freitas nasceu em Juiz de Fora-MG e tinha 24 anos. Revelado pelo Cruzeiro, o meia passou por Botafogo, Ponte Preta, Coritiba e estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento, time que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro.
Fonte: GE