Recheada de incertezas até os últimos instantes, as duas primeiras rodadas das Eliminatórias sul-americanas estão confirmadas para outubro. Foi o que garantiu a Conmebol após sequência de reuniões – a última delas nessa terça-feira, em contato também com a FIFA. A bola está com a entidade internacional do futebol para fazer valer a prerrogativa da cessão de jogadores pelos clubes em momento de pandemia, regras rígidas e restrições de viagens entre países.
A CBF segue cronograma normal – reforçado pelo presidente Rogério Caboclo e repassado em reuniões do conselho da Conmebol – e agendou vistoria operacional para o jogo na Arena Neo Química do Corinthians para a próxima quinta-feira. No dia seguinte, se nada mudar, Tite e sua comissão técnica sentam no auditório da CBF para experimentar a primeira coletiva de imprensa virtual de seus quatro anos no comando da seleção brasileira masculina.
O treinador vai repetir a sueca Pia Sundhage, da Seleção feminina, e divulgar seus 23 ou 24 nomes (caso escolha um a mais pela suspensão de Gabriel Jesus na primeira partida) para enfrentar Bolívia (9 de outubro, em São Paulo) e Peru (13, na cidade de Lima) em sessão virtual transmitida pela CBF para o público e a jornalistas. Tite não concede entrevista desde março, quando convocou para os jogos das Eliminatórias que terminaram adiados.
A Conmebol e cada uma das associações nacionais sul-americanas reforçaram à FIFA que ela deve garantir o regulamento normativo que prevê a obrigatoriedade da cessão de atletas, ainda que se exija quarentena obrigatória no retorno dos atletas para seus clubes na Europa. Os dirigentes esperam que a reunião de quinta-feira ratifique essa posição da FIFA. Eles esperam sanções caso algum clube não ceda seus atletas.
No fim de agosto, com a situação grave da pandemia pelo mundo, o conselho da FIFA decidia, em conjunto com a UEFA, pela flexibilização da regra de liberação dos clubes de seus jogadores para o período das Eliminatórias em setembro (que terminaram adiadas). Os clubes não seriam obrigados em casos que os atletas precisassem depois cumprir quarentena obrigatória de mínimo de cinco dias tanto no local da partida com sua seleção quanto no de regresso ao seu clube, entre outras restrições. Este é o ponto chave que ainda deixa na berlinda a data das Eliminatórias, apesar dos esforços da Conmebol e também de cada país em confirmar o início em outubro.
Bolívia e Perua já trabalham
As seleções precisam liberar suas listas até domingo (20) para a FIFA. Em dias de muitas conversas e reuniões, os cartolas do continente – por enquanto – contornaram a divisão entre as associações nacionais de futebol, divididas pelo adiamento e impactos da pandemia na logística de atletas e nos efeitos econômicos de nova suspensão da data. Nova mudança poderia impossibilitar a manutenção da fórmula em 18 rodadas ou ao menos acréscimo de jogos (três por data Fifa) em espaço de tempo já escasso; Em caso de menos jogos, seria necessário negociar devolução de adiantamentos de verbas de transmissão – o que foi rechaçado pelas federações.
A seleção boliviana, dirigida pelo venezuelano César Farías, trabalha desde meados de agosto, com lista de atletas que atuam no país e se apresentaram em Santa Cruz de la Sierra. A base da equipe é o time que fez bom papel no Pré-Olímpico no início de 2020. O Peru, do argentino Ricardo Gareca, não vai ter Guerrero, lesionado, mas treina em Lima desde o início de setembro – fez exames nos atletas no dia 1º e iniciou atividades no dia 4, também apenas com jogadores do futebol nacional.
Fonte: Globo Esporte
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