Até uma semana atrás estávamos vivendo a maior pandemia da história da humanidade, pandemia esse que segundo dados estatísticos, dados esses bem controversos, diga-se de passagem, vitimou mais de 140 mil pessoas. Os números de mortes por “coronga vírus” são no mínimo suspeitos, não são raros os casos de pessoas reclamando dos atestados de óbitos de seus familiares os quais a causa de morte foi o tal vírus, mas em nenhum momento houve se quer um exame comprobatório. Como diria o Caio Coppolla: “Os números estão sendo torturados” e como diria o ex-primeiro-ministro inglês Benjamin Disrael: “Há três espécies de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas”.
Para não ficar só na especulação de “pessoas comuns” veja a declaração do infectologista Roberto Badaró diretor do Hospital Espanhol em Salvador em entrevista à Rádio Metrópole em junho de 2020. “Eu vou dar um exemplo simples: no Hospital Espanhol, 40% dos pacientes que eu recebo não têm covid. E morrem. E no atestado de óbito tá lá: covid. Porque tem três campos no atestado de óbito. Ele vem com suspeita de covid, então entra na estatística. É preciso que se veja isso com bastante critério”, disse o médico, que respondia a uma pergunta feita pelo apresentador Mário Kertész. “E do que morrem estas pessoas?”, questionou Kertész. “Do que já morreram sempre. De AVC, doença cardiovascular, diabetes”, respondeu.
Esse caso também não é isolado, porém os médicos não têm coragem de falar para não sofrerem represálias, neste caso específico, a SESAB – Secretaria de Saúde do Estado da Bahia divulgou imediatamente uma nota na qual o próprio Dr. Badaró se “retratou”. Veja um trecho da nota: “Venho a público dizer que a forma como expressei-me não reflete corretamente o que acontece no Hospital Espanhol”. Não é correto afirmar que óbitos são lançados indevidamente como Covid-19. Em verdade, todos os óbitos ocorridos no Hospital Espanhol são avalizados pela coordenação médica. Se o óbito ocorre é obrigação da unidade hospitalar que emite a Declaração de Óbito (DO), colocar a causa corrigida e não continuar com a suspeita diagnóstica da chegada”, afirmou o diretor.
Em nenhum momento isso veio a público, mas está muito claro que houve uma pressão sobre o médico para que ele retirasse o que tinha dito horas atrás, mas a retratação não teve o mesmo efeito, ainda bem, a notícia sobre a declaração do Dr. Badaró já tinha circulado nos maiores jornais digitais de todo o país, só não viu quem não quis ou quem está alinhado com o “jornalismo fúnebre”, (mais uma expressão do grande Caio Coppolla) que apresenta apenas a parte ruim da notícia, para certos veículos de comunicação não existe notícias boas, só passa miséria e desgraça.
Mas ainda bem que tudo isso acabou né? Passou. O tempo de crise sanitária se foi. Quem bom. “Só que não”. Apenas deu uma pausa para o fluir e o desenvolver das campanhas políticas. Está sendo ridículo, incoerente e porque não dizer desonesto, pedir ao povo que fique em casa e eles vão se aglomerar à vontade nas ruas para angariar votos, aí pode, afinal de contas é por uma boa causa, segundo eles é a “festa da democracia”.
Em várias cidades país a fora o final de semana foi de carreatas, buzinaços, discursos e paredões ensurdecedores com os jingles dos candidatos enchendo bem o saquinho das pessoas pelas ruas Brasil a fora, segundo eles foi a “festa da democracia”, as fotos estão disponíveis na internet de fácil acesso para quem quiser ver. Uma multidão nas ruas, mas volto a dizer é por uma boa causa, segundo eles.
Nos diários oficiais da Secretarias de Saúde Estaduais e municipais a partir do final de setembro choveram portarias e decretos, pelos quais, foram instituídas as regras sanitárias a serem seguidas durante a campanha, no caso as portarias e decretos em questão servem apenas para enfeitar o papel e/ou criar mais uma página no diário on-line. Muitos desses decretos e portarias seguem um complexo e rigoroso protocolo, que jamais será cumprido, para os eventos políticos, tudo seguindo a orientações do “deus OMS”. Quem quiser confirmar o que estou dizendo dê um “Google” e busque por diários oficiais dos estados no mês de setembro.
O que nos espanta é que os mesmos que estão em campanhas bastante aglomeradas no dia seguinte estão nas mídias pedindo para continuar em casa, como assim? É o famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Enquanto isso comerciantes tentam sobreviver funcionado em muitos lugares do país ainda de forma parcial e tendo que obedecer às regras rígidas sob pena de ter seu comércio multado ou até fechados. Mas tal fiscalização não aparece nos eventos políticos.
Os especialistas ainda não confirmaram mais me parece que o “coronga vírus” é um ser evoluído porque ele só ataca em locais e horários pré-determinados pelas autoridades políticas locais. Porque ainda temos cidades com comércio funcionado em meio período, ou seja, faça suas compras pela manhã enquanto o vírus dorme, a tarde não vá senão ele te pega.
Só para lembrar o vírus também me parece ser um grande intelectual, na maioria do país o mesmo se refugiou nas escolas acho que está estudando e não quer ser incomodado. É por essa razão que as mesmas ainda continuam fechadas.
Segundo os “especialistas” e de acordo com a “ciência” o “coronga vírus” é traiçoeiro está na espreita nas escolas, só aguardando os professores e alunos para ataca-los, a intenção dele é matar todos, se o governo abrir as escolas será o maior genocídio da história da humanidade.
Para resumir e fechar o tema aqui o que ficou claro é que as regras sanitárias são seletivas, valem para uns e não valem para outros e a pandemia, usando um termo da minha colega professora Paula Marisa, lá de Canoas-RS, se tornou uma grande “fraudemia”, ou seja, tudo isso serviu apenas como uma justificativa para os corruptos de plantão encherem os bolsos, afinal de contas o estado de emergência dá direito a contratações de serviços e compra de produtos sem licitação, aí os gestores estaduais e municipais fizeram a festa.
Só para efeito de comparação existem outras situações de saúde calamitosas no Brasil que nunca foi dada a devida atenção. Se passarmos os olhos nos dados do ministério da saúde veremos que morrem no Brasil próximo de 160 mil pessoas com doenças decorrentes do tabagismo. Por acaso alguém já viu o governo liberar um recurso extra para tratar desses casos, contratar pessoal, construir um hospital de campanha e etc.? Não, claro que não. Mas sobre o “coronga”, milhões foram liberados e literalmente foram para os bolsos alheios e não para cuidar das pessoas. Dê um “Google” mais uma vez e veja os dados da “Operação Covidão” da Polícia Federal, se eu estiver errado, por favor me corrija.
Recapitulando de acordo com os “especialistas” e com base na “ciência”, para o comércio, igrejas, escolas e outros a pandemia continua e para as campanhas políticas a pandemia acabou, ressalto que em nenhum momento isso foi dito, apenas foi feito e atitudes valem mais do que palavras.
Como eu sei que boa parte dos leitores não entenderão vou ter que colocar um lembrete. (Este texto contém diversas ironias).
Reinaldo Valverde Pereira, Licenciado em História e Bacharel em Teologia.
Professor da Rede Estadual de Sergipe.
Instagram: @professor.valverde