O árbitro paraibano que de 2013 até 2017 apitou as finais ou a fase final do Campeonato Paraibano segue na geladeira. É o que confirmou o agora presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB), Arthur Alves, sobre Renan Roberto. Investigado na Operação Cartola, ao lado de dezenas de árbitros do estado, o juiz continua sem apitar jogos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde que foi deflagrada a operação, em abril de 2018.
Renan teve seus telefones grampeados, foi alvo de busca e apreensão e teve seus passos acompanhados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) no ano passado. Após meses de investigação, na denúncia final do MPPB, acabou não sendo indiciado pelo órgão.
Também não foi denunciado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), onde nove árbitros e cinco dirigentes acabaram sendo banidos do futebol em julgamento em novembro. Mesmo assim, continua sem prestígio na CBF desde que virou investigado na operação.
A causa disso é uma suposta manipulação em uma prova de arbitragem da entidade no ano passado. Segundo a Polícia Civil, Renan Roberto e José Renato Soares, ex-presidente da Ceaf-PB – que acabou afastado do cargo pela Justiça e banido do futebol pelo STJD – tiveram acesso a uma das provas teóricas antes da hora de os árbitros fazerem. Com isso, teriam supostamente conseguido o gabarito antes da realização do exame.
Mesmo com a conclusão da polícia, o MPPB não indiciou o árbitro que, em tese, está apto para voltar a seu ofício. Mas não para a CBF. A questão da prova acabou pegando mal para a entidade nacional, que continua vetando o árbitro de participar das competições.
– Pegou mal o lance da prova. Se dependesse de mim, ele seria escalado. É um ótimo árbitro. Bem fisicamente, sabe ler as jogadas e conduzir o jogo. Mas a CBF ainda não resolveu a situação dele – comentou Arthur Alves.
Atualmente com 32 anos, Renan Roberto vinha sendo até o ano passado o principal árbitro do quadro estadual, nascido da Paraíba. Apitava recorrentemente Série B e chegou até a comandar uma partida de Série A em 2014. Ele nega que tenha realizado a prova da CBF antes e divulgado o gabarito para os colegas árbitros.
– Eu não participei disso. Não existe nenhuma ligação comigo em relação a gabarito. Desde a operação que a CBF não entra em contato comigo – disse o árbitro.
Renan não é o único paraibano que está fora do Campeonato Paraibano. Até o momento, apenas árbitros sergipanos e paulistas comandaram as partidas do estadual.
Fonte: Globo Esporte PB