Camponeses ‘cocaleros’ libertaram nesta quinta-feira (28) 180 soldados do Exército colombiano que tinham retido na terça-feira quando realizavam operações antinarcóticos em um povoado fronteiriço com a Venezuela, informou a Defensoria do Povo.
À tarde houve “uma manifestação unilateral por parte das comunidades de se retirar do local e não impedir o trabalho da força pública”, assegurou em um comunicado a Defensoria do Povo, que zela pelos direitos humanos.
Segundo o exército, camponeses armados com paus e facões cercaram as tropas que estavam destruindo cultivos de coca em Tibú, município do departamento de Norte de Santander, que concentra os maiores cultivos no mundo de coca, planta da qual se produz a cocaína.
Mais cedo, o presidente Iván Duque acusou os ‘cocaleros’ de “sequestro” e os advertiu que as autoridades agiriam no local se não houvesse a “libertação rápida” dos militares.
“O cerco humanitário foi realizado com a finalidade de evitar possíveis violações aos direitos humanos (…) pelos antecedentes ocorridos no ano de 2020 em trabalhos de erradicação nos municípios de Cúcuta e Sardinata”, onde dois camponeses morreram, acrescenta o texto.
O defensor do povo Jaime Marthey disse à W Radio que os camponeses reivindicam há tempos que a erradicação seja um processo concertado.
Duque intensificou a perseguição a este negócio ilegal, mediante a erradicação forçada dos cultivos, tarefa que os soldados realizam manualmente.
Apesar da perseguição, milhares continuam plantando coca, especialmente com mão-de-obra de colonos e migrantes venezuelanos que fogem da crise social e econômica em seu país.
Com uma cifra recorde de produção de 1.010 toneladas em 2020, a Colômbia se manter como o maior exportador mundial de cocaína e os Estados Unidos como os principais consumidores da droga.
Fonte: AFP