Um dia após o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidir pelo banimento do ex-presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues, a defesa do dirigente foi quem se pronunciou sobre a sentença. Segundo o advogado Eduardo Araújo, a intenção agora é solicitar aos auditores um pedido de revisão da pena e, para conseguir isso, ele quer apresentar depoimentos de testemunhas ainda dos interrogatórios feitos pelo delegado Lucas Sá, da Polícia Civil, que não foram incluídos nos autos dos processos referentes à Operação Cartola.
Eduardo informou que já havia feito a solicitação antes de o julgamento realizado nessa quinta-feira. No entanto, o STJD rejeitou o pedido e baniu Amadeu Rodrigues do futebol, e ainda aplicou ao dirigente uma multa no valor de R$ 20 mil.
A partir de agora, o objetivo da defesa de Amadeu é juntar esses depoimentos, providenciar uma petição e entrar com o pedido de vista.
– O nosso próximo passo é juntar alguns depoimentos das pessoas ao delegado Lucas Sá, que não estão nos autos dos processos, e entrar com um pedido de revisão. No julgamento dessa quinta-feira, novas testemunhas prestaram os seus depoimentos por meio de videoconferência, mas nós também pedimos para mostrar esses outros relatos, o que foi negado. A nossa intenção é apresentá-los – informou o advogado de Amadeu Rodrigues.
A Operação Cartola, que investigou esquemas de corrupção no futebol da Paraíba, foi deflagrada no mês de abril, logo após o fim da edição 2018 do Campeonato Paraibano. A Polícia Civil e do Ministério Público do estado, ao longo dos seus trabalhos, apuraram a credibilidade na atuação da arbitragem e de dirigentes dos clubes, da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB) e também do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB).
As investigações, inclusive, apontaram Amadeu Rodrigues como líder do esquema de uma suposta organização criminosa que comprava árbitros e manipulava os resultados das partidas no estadual. O escândalo abalou toda a estrutura do futebol paraibano, afastando o presidente da FPF e outros dirigentes e árbitros envolvidos no caso.
Vale ressaltar que, com a condenação, Amadeu Rodrigues se junta a outros 14 nomes já banidos, entre dirigentes e árbitros, que estavam envolvidos na Operação Cartola. Foram eles: o ex-presidente do Campinense, William Simões; o ex-vice-presidente de futebol do Botafogo-PB, Breno Morais; o ex-presidente do TJDF-PB, Lionaldo dos Santos; o ex-procurador do órgão, Marinaldo Barros; e o ex-presidente da Ceaf-PB, José Renato Soares.
Além dos dirigentes, alguns árbitros também foram banidos. Os juízes paraibanos que não poderão mais apitar futebol profissional são: Adeilson Sales (árbitro da FPF); Antônio Carlos Rocha (árbitro da FPF); Antônio Umbelino (árbitro da FPF); Éder Caxias (árbitro da CBF); Francisco Santiago (árbitro da FPF); João Bosco Sátiro (árbitro da CBF); José Maria de Lucena Netto (auxiliar da CBF); Tarcísio José (auxiliar da FPF); e Josiel Ferreira (auxiliar da FPF).
A nossa reportagem entrou em contato com Amadeu Rodrigues, mas o dirigente manteve a postura adotada desde que o caso veio à tona e afirmou que somente a sua defesa é quem vai falar sobre o caso.
Fonte: Globo Esporte