
Em reunião no Palácio do Planalto com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a cúpula do governo cobrou uma redução mais rápida do preço de combustíveis no mercado doméstico e o aumento do conteúdo nacional nos projetos da estatal.
Além disso, auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendem ajustes no plano estratégico da Petrobras para o período 2024-2028, que deve chegar a US$ 102 bilhões (R$ 500 bilhões), segundo relatos feitos à CNN.
O valor é consensual, mas o governo quer mais foco em ampliação da capacidade de refino. Também houve cobranças a Prates por mais conteúdo local em projetos de transição energética da Petrobras, como eólicas offshore (em alto-mar).
Lula participou da reunião, que ocorreu nesta terça-feira (22), junto com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).
Segundo assessores presidenciais, se seguisse ainda a política de paridade de preços internacionais instituída no governo Michel Temer e derrubada no primeiro semestre deste ano, o valor da gasolina e do diesel estaria mais baixo do que o praticado atualmente.
Por isso, há insatisfação no Planalto com o que se considera “demora” da Petrobras em repassar a queda nas cotações do petróleo.
Um ponto crescente de irritação é o preço do querosene de aviação. O governo temconduzido discussões com companhias aéreas para falar sobre os altos valores das passagens, que dificultam o acesso da classe média aos aeroportos.
Nas conversas, as empresas sempre apontam o peso do querosene como um dos responsáveis, já que ele representa mais de 30% dos custos operacionais do setor. A queixa foi parar em Prates.
Isso porque, nos cálculos do governo, o valor atual do querosene vendido pela Petrobras nas refinarias está 13% acima dos preços de paridade internacional. Equivale a R$ 0,49 por litro do combustível, segundo os números apontados na reunião.
Fonte: CNN Brasil