No período paleolítico, entre 1,8 milhões e 300 mil anos atrás, o Homo erectus, um hominídeo com o raciocínio um pouco mais evoluído, chegou à conclusão que se fizesse fricção entre duas pedras, esfregando uma na outra, ele conseguia produzir uma faísca, que se colocada em algum outro lugar de fácil combustão, pegaria fogo normalmente.
O domínio do fogo, esse processo químico de transformação, por antigas espécies de hominídeos foi uma descoberta decisiva para a construção da evolução humana. O bando (aldeia) que produzia e dominava aquele assustador elemento detinha um enorme poder sobre os outros bandos, sobre as outras aldeias. O fogo era um patrimônio, e representava poder!
Muito mais tarde, houve uma época em que se mensurava o poder e a riqueza de um homem pela extensão de suas terras ou pelo número de seus escravos em sua “aldeia”.
De certo modo, ao longo da história da sociedade humana, poder e patrimônio refletiam e quantificavam a extensão das influências.
Hodiernamente, com as implementadas transformações sociais, tecnológicas e a velocidade das comunicações, já é perceptível substanciais alterações nessa “balança” de medir dominação e poderio.
Na sociedade desse início de século, o “prestígio” vem, paulatinamente, se distanciando da dualidade poder/patrimônio. O que pulula aos nossos olhos é que essa ascendente supremacia se volta à capacidade de captação do conhecimento e informação de cada um de nós numa sociedade cada vez mais globalizada, porém, solitária, imperialista e individualista.
O advento da internet trouxe o que podemos conceituar como a 4ª revolução industrial, conectando o mundo através de um click de computador ou de um toque de um aparelho celular. O surgimento da internet 5G, a internet das coisas, mais rápida, veloz e “inteligente” contribuirá para consolidar mais ainda essa revolução tecnológica, que é necessária, entretanto, substituirá paulatinamente a mão de obra humana pela automação, promovendo o desemprego, a fome e até a extinção de algumas profissões.
É cediço aduzir que os alunos da educação fundamental de hoje, acreditem, estão se preparando para exercerem, no futuro, profissões que sequer existe ou se especula sua criação nos dias atuais.
Apenas para exemplificar o que defendemos aqui, parece-nos suficiente concluir a ferocidade, o volume e a velocidade como as informações e o conhecimento, ferramentas de poder, acontecem nos dias atuais. Indiscutivelmente, é imperioso arrematar que atualmente uma criança de sete anos de idade detém um número de conhecimento infinitamente superior ao que o Imperador Romano acumulava no auge de Roma.
Hoje, o poder bate à porta do saber e do conhecimento, esse ardente e inapagável fogo de nossa aldeia.
TEÓFILO JÚNIOR