Há ocasiões na vida em que o silêncio e a dor exprimem mais que as palavras, mas se mesmo assim, em momentos como este, elas teimam em serem ditas é que registros precisam serem feitos e reconhecimentos precisam serem ditos.
Sabe, amigo, nunca imaginei estar hoje aqui escrevendo essas palavras em sua lembrança e homenagem. Decerto, nas longas reuniões no nosso trabalho, no Fórum de Pombal, não havia previsão para este doloroso momento. Mas, é a vida, essa sucessão de momentos que constrói a nossa história, do nascimento à nossa partida. A vida é essa circunstância que, às vezes, nos pega de surpresa. Sinto, por isso, a necessidade de reconhecer que a nossa vida é o agora, o nosso atual momento. “Deixar o abraço, o beijo ou perdão para amanhã pode ser tarde demais”. Ouvi isso tantas vezes do nosso querido Altair.
Mas não é fácil traduzir os sentimentos da alma, sobretudo quando se quer bem. E nesse sentido essa intervenção não tem o destino das palavras que o vento leva ou que o coração não escuta.
E como é difícil exprimir quem foi Altair para todos nós nas linhas desse papel. Aqui, há de ficar ao menos a vontade de testemunhar a construção de sua história, a reflexão e o reconhecimento que anteciparam seus 58 anos, 40 dedicados a Comarca de Pombal e a Justiça paraibana.
Altair Queiroga de Melo – em apertada síntese, se diria da construção de uma história de amor à vida, à sua família, aos colegas e ao próximo.
A sua disponibilidade para com todos traduz hoje a mais fiel síntese de sua vida e de suas ações. Sempre se notabilizando pela forma polida e competente, Altair amava o seu trabalho, foi sempre sinônimo de alegria que contagiava a todos que dele se cercavam. O amor e sua luta pela vida lhe pareciam marca inapagável de nossa memória.
Firmou-se na vida e na profissão! Mas, sua maior conquista foi firmar-se no coração de todos.
Esposo dedicada, pai prestimoso, avó e colega sempre presente. Uma falta que sentiremos eternamente e que pedimos conforto ao pai nesse momento de imensa dor e já de saudade.
Sei que disse muito pouco do muito que ainda se poderia dizer de Altair. Mas, por mais que se diga, é impossível aquilatar a dor dessa família e de todos nós! É impossível traduzir ou aliviar a saudade de sua esposa, sua irmã, seus filhos e seus amigos, muitos deles aqui presentes; a falta que agora sente Rafaela, o sofrimento que estampa em Aninha, a dores de Aparecida, Cinthia, Thiago, Vitor e Ágatha, a necessidade de seus colegas do Fórum que num ato de incompreensão viram partir num só instante a figura de um amigo e um integrante da família do judiciário paraibano!
“O que nós somos é um presente da vida para nós. O que nós seremos é um presente que damos à vida.” A morte não é o fim. Haveremos de nos encontrar um dia!
E apenas para finalizar, em nome de toda a família, dos juízes, de todos os servidores do Fórum da Comarca de Pombal, agradecemos as condolências e as mensagens de solidariedade que nos chegaram durante o curso desse doloroso transe que se abateu sobre todos nós.
Que Deus o receba em sua glória eterna, amigo Altair.
Teófilo Júnior