O ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, compareceu nesta quinta-feira (28) à Justiça para prestar depoimento sobre um caso suspeito de espionagem que teria acontecido durante seu governo.
Familiares dos 44 tripulantes mortos no naufrágio de um submarino militar em 2017 teriam sido alvo de escutas telefônicas ilegais enquanto exigiam respostas do governo argentino.
O conservador Macri, de 62 anos, afirmou pouco antes de entrar no tribunal que sofre com “calúnia e perseguição”, e que encara a Justiça “com tranquilidade”.
“Não devemos conviver com uma cultura de poder perversa que usa uma tragédia para causar danos”, disse o ex-presidente argentino.
Ele chegou ao tribunal de Dolores, a 200 quilômetros de Buenos Aires, por volta do meio-dia, acompanhado por uma caravana de apoiadores.
Ele faltou às duas intimações anteriores: a primeira, por estar no exterior; e a segunda, por ter solicitado a suspensão do juiz que cuida do caso, Martín Bava.
O julgamento acontece em meio à campanha eleitoral para as eleições parlamentares marcadas para 14 de novembro, nas quais a coalizão de centro-direita de Macri deve obter uma votação significativa.
‘Por que nos espionaram?’
O submarino “ARA San Juan” da Marinha Argentina, um TR-1700 de fabricação alemã com 66 metros de comprimento, desapareceu em novembro de 2017 com 44 pessoas a bordo, quando patrulhava as águas argentinas. O navio foi encontrado um ano depois, a 900 metros de profundidade, com a ajuda de marinhas de outros países.