Luiz Felipe Scolari é o novo técnico do Palmeiras.
O acerto foi feito na noite desta quinta-feira pela equipe alviverde e antecipado pela ESPN – logo depois, o clube confirmou de maneira oficial. O contrato vai até 2020.
Além de Felipão, os auxiliares Paulo Turra e Carlos Pracidelli irão se juntar ao corpo técnico palmeirense. Os dois profissionais chegarão ao clube nesta sexta-feira, enquanto o comandante, que está em Portugal resolvendo os últimos detalhes para sua volta ao Brasil, irá se apresentar ao Verdão na próxima semana.
O treinador de 69 anos venceu disputa com o também veterano Vanderlei Luxemburgo e irá ocupar a vaga de Roger Machado, demitido na madrugada desta quinta após derrota por 1 a 0 para o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro.
O adjetivo “novo”, nesse caso, é apenas circunstancial, já que o técnico é um velho conhecido do clube alviverde.
Afinal, Felipão é o segundo profissional que mais vezes comandou o clube: em três passagens, são 420 jogos com 56% de aproveitamento.
O gaúcho de Passo Fundo, sem clube desde 2017, quando comandou com sucesso o chinês Guangzhou Evergrande, aceitou a proposta do clube que dirigiu entre 1997 e 2000 e entre 2010 e 2012.
Na primeira passagem, conquistou a Copa do Brasil e a Copa Mercosul de 1998, além do maior título da história do clube, a Libertadores de 1999.
Na segunda, faturou a Copa do Brasil de 2012, mas também ficou marcado por ter comandado o Palmeiras na maior parte do Brasileiro do mesmo ano, no qual o clube alviverde acabou rebaixado.
A conquista de 2012 foi heroica. O treinador perdeu seu principal jogador, Barcos, no dia da primeira perna da final, disputada em Barueri. Com apendicite, o hoje atacante do Cruzeiro teve de ser operado às pressas e foi substituído pelo recém-chegado Betinho. E foi justamente dele o gol do título, no empate em 1 a 1 com o Coritiba, no Couto Pereira.
No segundo e decisivo jogo, o técnico não teve o meia Valdivia, expulso na primeira final, após abrir o placar para o Palmeiras, no fim da primeira etapa, de pênalti.
Felipão foi demitido em setembro de 2012 e nessa passagem pelo clube fez 154 partidas. Conquistou 65 vitórias, 47 empates e 42 derrotas, com aproveitamento de 52,4% dos pontos. Foi sucedido no clube por Gilson Kleina, que caiu com o time e depois conquistou o acesso de volta à Série A no ano seguinte.
Pela seleção brasileira, Felipão foi o técnico na conquista da Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coreia do Sul. Mas também era ele o comandante do time que caiu na inesquecível semifinal da Copa de 2014, em Belo Horizonte, com um derrota por 7 a 1 para a Alemanha, que viria a conquistar o título.
Sua última partida no comando da equipe nacional foi na disputa do terceiro lugar do mesmo torneio, com uma derrota por 3 a 0 para a Holanda.
Depois da Copa, o técnico foi acolhido pelo Grêmio, clube onde conquistara a Libertadores, em 1995. Nessa passagem, não conquistou títulos e saiu, por vontade própria, com 58,5% de aproveitamento, sendo sucedido justamente por Roger Machado, a quem vai substituir no Palmeiras.
Do Grêmio, foi para Guangzhou Evergrande, da China, time no qual teve enorme sucesso, conquistando o tricampeonato chinês (2015, 2016 e 2017). Ganhou também a Copa da China de 2016 e a Supercopa Chinesa de 2016 e 2017 e a Liga dos Campeões Asiáticos, a Champions League do continente, em 2015.
Com a imprensa, o técnico teve vários embates.
Como em outubro de 2010, em Sete Lagoas-MG, quando disse que alguns dos repórteres que o entrevistavam, após Palmeiras x Atlético-MG (1 a 1), eram “palhaços”. O técnico irritou-se ao ser indagado sobre o fato de o meia Valdivia ter jogado apenas 18 minutos antes de ser substituído com dores no músculo posterior da coxa esquerda.
Em retaliação, os jornalistas presentes à Arena Barueri, onde o Palmeiras enfrentou o Goiás, na rodada seguinte, utilizaram narizes de palhaço na chegada da delegação ao estádio.
Em maio de 2011, ouviu de Tite o famoso “fala muito!”, durante um clássico disputado no Pacaembu. Tite estava nervoso com declarações de Felipão no mesmo ano, que disse que preferia perder um jogo para o rival para que o técnico não fosse demitido do Corinthians.
Em 13 de outubro de 2011, fotografado por um profissional do jornal Folha de S. Paulo, no Aeroporto de Congonhas, após empate em 1 a 1 com o Flamengo, disse: “fotografa o meu p…”, referindo-se ao seu órgão genital.
Respaldado pelos escudeiros Galeano e Flavio Murtosa, entrou em rota de colisão com o supervisor Sérgio do Prado, a quem acusava de ser informante de jornalistas, também em 2011.
Em resposta até bem humorada aos tantos atritos com jornalistas, mandou colocar uma pimenteira na sala de entrevistas da Academia de Futebol, o centro de treinamentos do clube alviverde.
No fim de 2011, posou para fotos com os jornalistas presentes naquele dia com a pimenteira sobre a mesa da sala de entrevistas.
Veja os trabalhos e o retrospecto de Felipão desde 2008:
– Chelsea, 2008/2009 – 65,7% de aproveitamento
– Bunyodkor, 2009/2010 – 82,5% de aproveitamento
– Palmeiras, 2010/2012 – 52,5% de aproveitamento
– Seleção brasileira, 2012/2014 – 72,4% de aproveitamento
– Grêmio, 2014/2015 – 58,8% de aproveitamento
– Guangzhou Evergrande, 2015/2017 – 69,5% de aproveitamento
Fonte: ESPN