As extremidades do furacão Florence começaram a castigar o litoral do Estado norte-americano da Carolina do Norte com ventos fortes e alagamentos de estradas nesta quinta-feira, a prévia de uma chegada ao continente com paredes de água e aguaceiros prolongados.
A previsão é que o centro do Florence atingirá a costa sul da Carolina do Norte na sexta-feira, depois rumará para o sudoeste e seguirá terra adentro no sábado, tempo suficiente para provocar mais de um metro de chuva em alguns locais, disse o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).
Estima-se que 10 milhões de pessoas moram no caminho da tempestade, de acordo com o Centro de Previsões Meteorológicas, e casas e negócios litorâneos fora cobertos de tábuas por precaução. Mais de um milhão de pessoas receberam ordens de retirada nas Carolinas e na Virgínia e milhares foram para abrigos de emergências, disseram autoridades.
Os ventos contínuos máximos do Florence chegaram a 165 quilômetros por hora nesta quinta-feira, quando ele foi rebaixado para a Categoria 2 da escala Saffir-Simpson de 5 graus, segundo o NHC. Os ventos chegaram a 224 quilômetros por hora no início da semana.
Algumas pessoas que rejeitaram as ordens de retirada da área em risco passearam à beira da água para tentar aproveitar as últimas horas de normalidade antes de o Florence chegar com toda a fúria.
Em Sea Breeze, Roslyn Fleming, de 56 anos, gravou um vídeo da baía onde sua neta foi batizada porque “não acho que muito disso vai estar aqui” depois da tempestade. Em Wilmington, a 16 quilômetros de distância, rajadas de vento faziam o rio Cabo do Medo espumar.
“Estamos um pouco preocupados com a maré de tempestade, então viemos ver o que o rio está fazendo agora”, disse Linda Smith, diretora aposentada de 67 anos de uma entidade beneficente. “Estou com medo do que acontecerá. Só queremos que todos rezem por nós”.
O governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, alertou para que as pessoas não sejam negligentes. “O furacão Florence não foi convidado, mas está chegando mesmo assim”, disse ele em uma coletiva de imprensa. “Fiquem de guarda. Esta é uma tempestade poderosa que pode matar. Hoje a ameaça se torna uma realidade”.
O centro da tempestade estava cerca de 180 quilômetros ao leste de Wilmington, na Carolina do Norte, às 14h locais, mas ventos dignos de uma tempestade tropical e chuvas pesadas já estavam assolando as ilhas da barreira de Outer Banks, cuja principal rodovia de acesso estava fechada em partes devido ao avanço da água do mar. (Reportagem adicional de Bernie Woodall em Fort Lauderdale, Flórida, Carlo Allegri em Wilmington, Mana Raibee em Sea Breeze, Carolina do Norte, Brendan O’Brien em Milwaukee e Stephanie Nebehay em Genebra).
Fonte: REUTERS