O homem devasta a natureza e promove a miséria de seus próprios irmãos. Num contínuo e inconcebível fluxo, assistimos a migração navegando nas águas do inquieto Mar mediterrâneo. Oprimidos pelas guerras insanas, seres sem casas, sem alimentos, sem paz, sem esperança deixam a terra nascente e lançam-se numa sombria tavessia pela sobrevivência.
Do outro lado do mar, a Europa. Histórica, rica e berço da evolução humana. Na travessia muitos ficam pelo caminho. Outros aguardam em navios ou botes, no ouvir a voz dos ventos frios e cortantes soprarem, quem sabe, a fala do acolhimento. É uma triste página da existência humana. E não venham dizer que o velho continente nada tem haver com toda essa situação, pois sabemos bem da exploração e escravidão imposta por anos e anos, apenas em busca de grandes recursos minerais e naturais.
Assim, é de se indagar: Para que ir à Lua ou à Marte? Sabemos da importância da exploração do universo até para encontrarmos algo que possa apontar conexão com a nossa origem e também pontificar a certeza de que não estamos sozinhos habitando o infinito universo. Mas é indubitável que precisamos, primeiro, cuidarmos do nosso planeta e termos compromisso com a nossa própria existência.
Pelas as estradas da vida o homem sobe degraus que o tempo permite. São muitas as veredas e pelo caminho esquinas dos desencontros e dos desenganos. São agitadas ondas e incompreensões infinitas, mas acima de tudo sonhos que com perseverança o homem busca alcançá-los. É preciso equacionalizar prioridades para termos um mundo mais justo, onde os ventos soprem para longe a sombria névoa que hoje embaça a existência humana. Que Deus nos proteja!
Fonte: Liberdade PB