Agosto é o mês do menino que desde o nascimento carregou consigo o dom do ritmo.
De infância difícil, de trabalho pesado, da fome que o circundava, mas que nunca perdeu o espírito de sonhador. O moleque que se encantava com a passagem do trem em sua terra natal, Educava os ouvidos com o ritmo do coco entoado por sua mãe. Brincava de mocinho e, para tanto, tinha que ter o seu próprio nome artístico. Assim, o José nascido em 31/08/1919, virou Zé Jack, inspirado em Jack Perry, aquele dos faroestes dos tempos do cinema mudo.
Já em Campina Grande passou a tocar bateria, ganzá, reco-reco e pandeiro, instrumento que o fascinou e permitiu trocar de nome artístico mais uma vez, agora já o chamavam de Jack do Pandeiro. Após a morte de sua mãe, assume de fez o pandeiro. Na Rádio Tabajara em companhia de Rosil Cavalcante, formou a dupla “café com leite”. Depois, o som aportou nas margens do Capibaribe. E lá estava o Jack na Rádio Jornal do Comércio do Recife. Foi ali, como ele bem dizia: “…então me botaram mais um “s-o-n” para acabar de ajustar o negócio. Então ficou Jackson do Pandeiro”. Foi para o Rio, onde tornou-se o Rei do Ritmo.
De Alagoa Grande partiu nas asas do seu pandeiro e conquistou a Campina Grande, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e o mundo. Pernambuco ainda lhe daria o seu amor maior – Almira Castilho. Tornou-se inimitável, mas os contínuos percalços certa feita o fez afirmar: “Todo mundo diz que gosta de mim, todo mundo diz que sou sensacional, maravilhoso, autêntico, mas eu continuo quebrando a cabeça para arranjar trabalho. Que diabo é isso?” Coisas da vida.
Em pleno centenário, tudo para lembrá-lo é pouco. Seu som ainda hoje inspira a sonoridade do Cascabulho, Mestre Ambrósio, Alceu Valença, Zeca Baleiro, Lenine, Hermeto Pascoal, Elba Ramalho, Beto Brito, João Bosco, Escurinho e muitos outros. Viva Jackson do Pandeiro!!!!
Liberdade PB