Nunca fomos tão instados a nos manifestarmos sobre a Amazônia quanto nos últimos meses. A comunidade internacional capitaneada pelo presidente francês Emmanuel Macron vem tentando intensificar uma campanha intervencionista em defesa de nossa floresta. Sabemos todos que o interesse da França e do velho mundo na Amazônia nunca foi o cuidado com a preservação do meio ambiente, preocupação esta que a própria França não teve com as suas matas e florestas. O interesse é meramente econômico, sobretudo, quando sabemos que aquele país depende muito da nossa produção agrícola, sobretudo da soja brasileira.
O jargão francês da defesa do meio ambiente não passa de uma falácia politicamente trabalhada para esconder seus reais interesses. Quando o assunto é a exploração das riquezas e a proteção comercial, as justificativas não passam de um mero detalhe, quase sempre, uma mentira, tantas vezes dita, parece ser o suficiente.
A história está cheia de páginas onde os reais interesses dos seus eventos e enredos sempre permaneceram às escondidas, nas entrelinhas. Um dos exemplos mais clássicos foi a invasão do Iraque pelos americanos sob o pretexto de derrubar o regime baathista de Saddam Hussein e impedir a expansão de armas de destruição em massa; as quais nunca foram encontradas. O Interesse era assegurar o fornecimento de petróleo aos americanos.
A França e parte da comunidade europeia flerta com o tema do meio ambiente para alavancar apoio à campanha de “suposta proteção” intervencionista da Amazônia brasileira. Óbvio que todos nós defendemos a proteção da floresta e ações devem ser desenvolvidas contra todo e qualquer desmatamento indiscriminado. Entrementes, cabe ao Brasil defender suas matas e seu meio ambiente. A defesa do nosso território é antes de tudo uma questão de estado e de soberania.
A esse respeito, insto a reflexão no sentido de que quando partimos comparativamente para parâmetros ambientais, o Brasil se mantém com melhores índices de preservação em relação a todos os países que querem ditar a nossa política ambiental. Mais de 66% do nosso país ainda é vegetação nativa e intocada, e a agricultura ocupa apenas 9% do território nacional, ao contrário de países como Irlanda, Estados Unidos, Holanda e Alemanha que ocupam, em média mais de 50% do seu território.
Lamentavelmente, a mídia não mostra o que está acontecendo, mas existe um cabedal de investidas e interesses internacionais não republicanos por trás dessa cortina de fumaça disfarçada de “preocupação” e proteção ao meio ambiente. Interesses financeiros e políticos, dinheiro público sendo desviado, a Amazônia sendo vendida ao capital estrangeiro sem conhecimento do governo, e índios desesperados para trabalhar e sobreviver. Graves gargalos que devem ser enfrentados e combatidos por políticas públicas e ações das instituições brasileiras.
Somado a esse cenário, Macron utiliza-se de uma inverdade, uma desinformação cultivada por nós brasileiros de que a floresta amazônica é o pulmão do mundo para, de forma transversa, tentar transformá-la num patrimônio de domínio universal. A assertiva de ser a nossa floresta responsável pela produção de 20% de todo oxigênio produzido no mundo não passa de uma meia verdade cuidadosamente alimentada por celebridades e até por nossas escolas.
Em recente declaração, o geocientista Michael Coe foi taxativo no sentido de que afirmar que “há uma série de razões pelas quais gostaríamos de manter a Amazônia inteira, mas o oxigênio não é uma delas.” A Amazônia não é o pulmão do mundo! O que ocorre é que as árvores assim como produzem oxigênio, elas também o consomem.
Sem maiores esforços, indiscutivelmente, os grandes responsáveis pela produção de oxigênio não é a floresta e sim as algas, seres aquáticos que podem ser microscópicos ou macroscópicos e que, juntos, formam o chamado fitoplâncton, produzindo muito mais oxigênio para a fotossíntese do que precisam na respiração, liberando o excesso no meio ambiente.
O certo é que uma mentira tantas vezes dita pode parecer verdade. Atribuir a floresta amazônica a responsabilidade vital pela produção de oxigênio para o mundo nos parece uma daquelas inverdades, cuidadosamente disseminadas, e que esconde outros interesses.
O presidente da França Emmanuel Macron certamente está cercado de outras intenções e dos melhores e mais conhecidos perfumes franceses, talvez por isso esteja com o olfato muito apurado para perceber o oxigênio florestal, que é inodoro e insipido.
A floresta é nossa, Monsieur!
Teófilo Júnior