Sou da terra do cangaço. De Corisco, Jararaca e de Silvino. De cabra macho, sim senhor, onde o Lampião ainda é rei e bonita é sua Maria, rainha da selva sertaneja. Sou da terra do artesanato. De Vitalino e seus discípulos. De bonecos, sim senhor. Onde o barro é existência, e a arte figurativa é vida no altar do Alto do Moura.
Sou da terra de rica culinária. De milho, canjica e pamonha. De carne de sol e arroz doce. Onde do bode se faz buchada, da goma a tapioca e na ressaca se toma cabeça de galo. Sou da terra da cultura. De ciranda e de reisado. De cordel e de repente. Onde das cordas da viola se dar o tom e o poeta improvisa no mote erupções de múltiplos versos.
Sou da terra das belas praias. De Tambaú, Cabo Branco e Camboinha. De Iracema e Jericoacoara. De Boa Viagem e Porto de Galinhas. De Pipa e São Miguel do Gostoso. Do Francês, Maragogi e Gunga. Do Cajueiro e do Coqueiro. De Porto Seguro Trancoso. De Calhau, do Porto Preguiça e de Ponta D’Areia. De Atalaia e do Refúgio. Praias de águas mornas e de cenários esplendorosos.
Sou da terra de múltiplos ritmos. Do Baião, do Forró, do Xote, do Xaxado, do Frevo, do Maracatu, da Ciranda, do Coco e por aí vai. Sou da terra das festas joaninas ou juninas, do São João que enfeita e alegra um povo sofrido, mas sempre guerreiro.
Sou da terra que em tempo de seca o sol no sertão bebe toda água, mas que no mesmo solo, quando a chuva cai a verde esperança renova a fé e a coragem de um povo chamado Nordeste. Sou cabra da peste, nordestino com muito orgulho!
Liberdade PB