Calçadas, por seus mosaicos vidas passam e infinitas histórias são escritas e vividas. Quantas amizades são construídas e destruídas decorrentes de conversas que reinam neste palco a céu aberto. São tantas calçadas neste mundo abrigando uma incontestável diversidade.
Em algumas, predominam o sentimento do medo, da tristeza, do abandono, em outras encontramos a presença da alegria, da felicidade, da força do amor e da fé.
Na calçada da cracolândia corpos doentes, cambaleantes, escravizados pelo vício a uma pedra mortal. Seres monitorados pelo tráfico, desprezados pelos governantes e pela própria sociedade, constituindo uma verdadeira legião de zumbis.
Nas calçadas da noite dormem os abandonados, sem colchões, lençóis e travesseiros, pos ao relento passam a noite esperando o calor do sol para espantar o frio e a insegurança da madrugada.
Já outras calçadas nos mostram o intenso consumo, fruto de pirataria e sonegação fiscal, onde a céu aberto a 25 de março paulistana desafia autoridades ao tempo em que deixa consumidores em êxtase. E as calçadas palacianas? Lá respiramos o ar do poder dos homens, que em muitos casos se pretende ser maior do que o divino.
Mas sou daqueles que prefiro caminhar pelas calçadas da alegria, da perseverança, da fé e do amor, levando comigo sempre a mensagem de Chico Xavier: “Que eu não perca a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de reconhecer e retribuir esta ajuda; Que eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caía; Que eu não perca a vontade de ser grande, mesmo sabendo que o mundo é pequeno e acima de tudo que eu jamais esqueça que Deus me ama infinitamente.