Da janela do meu olhar vejo as ondas do mar, elas vêm e vão, num balé regido pela Santa Natura. Há horas que se apresentam calmas, tranquilas e deslizam suaves pelas areias da praia. Em outras, se movimentam de forma brusca e colidem violentamente nas mesmas areias provocando um barulho enorme, como se quisessem falar ao mundo.
Essas ondas do mar, num paralelo inevitável, são comparadas às ondas que afloram na trajetória de nossas vidas e, que de qualquer modo transformam nosso viver, impondo ora sofrimentos, ora momentos felizes.
É por isso, que da janelo do meu olhar, vejo as ondas da vida que relatam batalhas que transformaram em alguns momentos a história da humanidade. São insanas ondas que provocaram e ainda encaminham guerras, discórdias, sofrimentos, mortes e um desencanto indescritível. Tais ondas, ainda, transformam águas oceânicas em vermelho sangue de piratas, de aventureiros e de desbravadores, que continuam a afundar nos mares sonhos e segredos.
Da janela do meu olhar, ainda visualizo ondas de almas materialistas, que degradam a natureza e afetam o nosso ecossistema. Vejo ondas de poder, de homens que se acham deus. Ondas onde humanos acreditam que o dinheiro tudo pode e, que, silenciosamente, encaminha toda a humanidade para um tempo ainda mais difícil.
Mas da janela do meu olhar, vejo também ondas que apesar de mergulhar o homem num poço de desilusões, mesmo assim, não conseguem destruir a esperança por dias melhores, pois com amor e fé em Deus, o homem ainda guarda no coração um fio de crença capaz de superar e estabelecer um equilíbrio entre sua existência e a natureza.