O velho costume de tentar levar vantagem pessoal em tudo precisa acabar nesse país e isso vale para todos, principalmente para os nossos políticos, eleitos para realizarem o interesse coletivo da sociedade.
O jargão do “rouba, mas faz”, insculpido por uma das velhas “raposas” da política brasileira não se adequa à finalidade parlamentar ou governamental nem tão pouco às mais simples normas éticas morais ou legais. A compensação do pecado com a realização de outras boas práticas não redime o pecado nem exime o pecador. Não importa que avanços ou vantagens ele tenha patrocinado para o povo. Construir políticas voltada para a polis não o autoriza a “compensações” pessoais ou familiares de caráter pouco republicanas.
O fazer político deve ser marca indelével e imperativo inarredável de todo governante democraticamente eleito. Isso é o mínimo que se espera de nossos representantes, sejam eles de “direita”, do “centro”, de “esquerda” ou seja lá em que posição esteja. O desvio da função pública não se agrava ou atenua dependendo do caráter ou da escolha ideológica do agente público que o causou.
É importante registrar que o desvio de finalidade e a inobservância de atos ético e morais é uma imposição que recai não apenas nos políticos, mas em todo cidadão. Quando “furo” a fila do Banco, quando jogo lixo na rua ou quando tento subornar o guarda de trânsito, estou, em linhas gerais, infringindo normas de conduta e convivência além de furtando o direito do outro ou da coletividade.
O exercício ético representa um marco na convivência social e política, sobretudo, por exigir de todos uma constituição moral suficientemente capaz de orientar-nos em direção do que é mais “justo”.
Entrementes, aproveitar-se de uma posição social ou de um cargo público para fazer por si mesmo e/ou por seus apadrinhados rompe com toda essa estrutura social idealizada e definida como “política”. É, extreme de dúvidas, desvio de conduta, representa ato punível como crime, é imoral, é indecente, é situação ilegal e socialmente punível e isso vale para todos os brasileiros, sejam eles políticos ou não.
Contudo, desde a celebre carta do vereador do Porto e escrivão de Pedro Álvares Cabral, Sr. Pero Vaz de Caminha, dirigida ao Rei D. Manuel I, a história política do Brasil está repleta de personagens que, apesar de reiteradas condutas reprováveis, continuam, sob os nosso olhos e auspícios dos nossos votos, locupletando-se de cargos e posição social em benefício próprio escancaradamente, sem nenhuma cerimônia ou arrependimento.
A esse despeito, o último bom ladrão que se tem notícia foi crucificado ao lado de Cristo. Desde então, surgiram tantos outros, infelizmente, não tão arrependidos assim.
Teófilo Júnior