De repente o mundo parou. Milhões e milhões de pessoas recolhidas em seus lares diante de um imperceptível inimigo.
De repente fomos forçados a nos transformar numa espécie de afinador do silêncio, diante do isolamento e, solitários, entregues ao infinito tempo.
De repente fomos transformados em ilhas e vem a sensação de que talvez o mundo tenha se ultimado, mesmo antes do aniquilamento deste próprio mundo.
Aprisionados, nos lares, todos nós temos que encontrar paciência, equilíbrio, compreensão e fé em Deus para não mergulharmos em um rio do pavor. Se é difícil para quem tem condições financeiras, imaginem para os carentes, onde de tudo falta.
Mas temos que manter a calma, jamais deixar que o terror nos comande. Temos que ser fortes, enxergar o vento, não como uma azáfama fantasmagórica, mas como uma movimentação de resolução.
Não podemos empoeirar nossa tranquilidade e fé em Deus. Não podemos deixar que o inimigo nos faça acreditar que perdemos o nosso próprio rosto. Não podemos deixar que o isolamento nos faça desembocar em pensamentos que naveguem em mares de comiserações e lamúrias em direção a um horizonte apocalíptico.
Nenhuma estrada é infinita. Temos que nos resguardar do tão poderoso vírus, mas não podemos asfixiar nossa voz, nem inertes ficarmos deitados no chão esquálido do medo. É preciso união, deixar todas as diferenças de lado, de qualquer espécie.
É imperativo arrancar as vestes da vaidade, da prepotência, abraçar a solidariedade e com Deus no coração encontrar com equilíbrio as veredas menos dolorosas para vencer essa pandemia.
Nenhum temor é tão forte para sucumbir os sonhos. Ainda temos muitos sonhos, inclusive, de num tempo breve ver que tudo de mal passou, que podemos sentir o perfume das flores e o bafejo dos ventos da paz e da saúde.
Liberdade PB