A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (30), uma operação contra supostas fraudes na entrega de medicamentos de alto custo para pessoas com doenças raras. Os remédios são adquiridos com dinheiro público e fornecidos a pacientes por meio de processos na Justiça.
As investigações apontam que, entre os anos de 2015 e 2018, as ações judiciais “eram patrocinadas por uma indústria farmacêutica que se valia de uma associação de pacientes para induzir médicos a prescreverem os seus produtos“.
A TV Globo apurou que um dos alvos da operação Rarus, desta terça-feira, é a farmacêutica Shire que, em 2019, fora do período da investigação, foi comprada pelo grupo Takeda.
Entre os remédios que foram adquiridos pelo esquema estão elaprase e replagal. Os dois servem para tratar doenças hereditárias, como síndrome de Hunter, que dificulta a metabolização do carboidrato e causa alterações no desenvolvimento, e doença de Fabry, um tipo de deficiência genética.
Os policiais federais cumprem oito mandados de busca em São Paulo e no Distrito Federal, expedidos pela 12ª Vara Federal Criminal de Brasília. Não há informações sobre prisões em flagrante.
Se confirmados os crimes, os suspeitos devem responder por corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional. As penas previstas variam de 12 a 18 anos de prisão.
Operação Rarus
Os investigadores também apuram a existência de pacientes que, segundo a PF, sequer tinham indicação médica para uso dos remédios e se houve envolvimento de dirigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nas fraudes.
A investigação que deu origem à operação desta terça (30) teve o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
Fonte: G1