Dois importantes congressistas republicanos rejeitaram neste domingo (13) a possibilidade de o presidente americano, Donald Trump, declarar emergência nacional para financiar a construção de um muro na fronteira com o México, deixando à mostra as desavenças no partido governista, enquanto continua a paralisação parcial do governo federal.
O senador Ron Johnson, presidente do Comitê de Segurança Nacional, declarou ao canal de notícias CNN que “odiaria” ver Trump recorrer a seus poderes de emergência por causa do muro. “Se fizermos isso, o caso irá para os tribunais e o muro não será construído”, afirmou.
O número dos dos republicanos na Câmara dos Representantes, Steve Scalise, disse à emissora ACB que não queria que este caso dependesse “de uma declaração de emergência nacional”, embora, segundo ele, Trump tenha o direito a recorrer a esta opção.
Uma lei votada em 1976, a “National Emergencies Act”, autoriza o presidente americano a alegar “emergência” nacional para ativar poderes extraordinários que permitiriam a Trump evitar uma votação no Congresso e se apoiar no Exército para construir o muro que reivindica.
O presidente pareceu renunciar esta semana a essa opção, após tê-la defendido durante dias para pôr fim à paralisação parcial provocada pela disputa com os democratas, majoritários na Câmara, que se negam a financiar o muro com o México.
“Se o presidente vai recorrer às emergências nacionais cada vez que discordar do Congresso, me oponho a isso”, disse à ABC o número dois dos democratas no Senado, Dick Durbin, que chamou Trump a pôr um fim à paralisia da administração.
Enquanto continua a batalha política, os efeitos do chamado “shutdown” começam a ser notados claramente. Na sexta-feira, os 800.000 funcionários federais afetados pelo fechamento da administração mais longa da história não receberam salário pela primeira vez.
Fonte: AFP