A GP do Barein deste domingo teve um final emocionante. Um Sebastian Vettel com pneus macios gastos via Valtteri Bottas, de médios, se aproximar cada vez mais, conforme a bandeira quadriculada se aproximava. Para tentar frear o ímpeto da Mercedes e rumar tranquilo para a vitória, o alemão usou o rádio para tentar enganar os rivais e fazê-los recuar.
– Acho que faltavam 10 voltas para o fim quando eu usei o rádio para dizer “está tudo sob controle”. Era uma mentira, porque eu estava torcendo para que dissessem para o Valtteri: “Sebastian está pegando leve”. Pensei que assim poderiam mandá-lo poupar motor, ficar tranquilo e desistir (de perseguir o piloto da Ferrari). Mas eles não fizeram isso. Da mesma forma, eu sabia que se dissesse a verdade, que estava sofrendo com os pneus, eles diriam para ele usar toda a potência até o fim. Claro que o plano não funcionou, mas eu tentei – revela o alemão.
O drama de Vettel começou quando a Mercedes decidiu apostar um uma estratégia diferente da maioria. Se a Ferrari, que havia largado com os supermacios, havia apostado em duas paradas, calçando ambos os carros com macios no primeiro pit stop, a rival alemã adotou outra estratégia: prolongou o primeiro stint para calçar os médios em ambos os carro e ir até o fim, realizando apenas uma parada. E a tática funcionou, pois as Flechas de Prata imprimiram um ritmo muito forte com os compostos mais duros.
– Eles (os pneus macios) estavam piorando. Estava bem difícil manter o carro no traçado, especialmente nas curvas 8 e 10. Sair dessas curvas de baixa era muito complicado. Quando o vi na zona de DRS, sabia que seria muito difícil defender. Então eu tentei economizar energia para liberá-la toda na reta principal. Funcionou – explica.
Assim a Ferrari se viu obrigada a mudar a tática e não mandar Vettel para o segundo pit stop, mantendo ele na pista com pneus macios até o fim – o alemão completou um total de 39 voltas. De acordo com o alemão, esta seria a única chance de vencer a prova. Para efeito de comparação, Bottas completou 37 voltas com os médios.
– Com eles de pneus médios e andando tão bem por tanto tempo, sabíamos que seria difícil fazer uma nova parada. Provavelmente chegaríamos neles, mas passar é outra história. Primeiro teríamos que passar o Lewis e depois perseguir e passar o Valtteri. No fim decidimos arriscar e funcionou. É legal quando coisas assim funcionam.
Fonte: GE