
Inspirado pelo mais alto gesto de altruísmo, Tião Gomes desistiu da vaga de conselheiro do TCE. Abriu o caminho para o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, lançar o edital de inscrição de “interessados”.
O ponto interessante dessa história é que, 90 dias desde a abertura da vaga, tudo isso aconteceu com o governador João Azevedo (PSB) distante a mais de seis mil quilômetros da Paraíba, cumprindo uma agenda em Portugal, do outro lado do Atlântico.
Mesmo longe, por telefone, no Arapuan Verdade, o governador reafirmou que tem interesse em discutir a indicação após a confirmação da saída de Tião, algo que ele mesmo já tinha publicizado desde o ano passado.
O edital de inscrição diz que os nomes interessados na disputa só serão aceitos até sexta-feira, antes do governador retornar de viagem. Um oceano inteiro, portanto, separa as chances que João Azevedo tem de fazer qualquer articulação para a escolha do novo conselheiro.
E mesmo que consiga ao retornar já terá perdido um tempo precioso.
As apostas são muitas para quem está em terras brasileiras, no entanto. E recaem praticamente todas numa indicação pessoal do atual presidente da Assembleia. Entre as opções mencionadas, quase todos da família, estão irmão, esposa, uma das filhas e até um genro de Galdino. No máximo, o atual procurador da AL, Newton Vita.
Galdino já tem, inclusive, o suporte do próprio Tião Gomes, um abnegado companheiro, que reafirmou, seja em entrevista, seja em mensagem no grupo dos deputados, compromisso de votar em quem Galdino apontar.
Pelas informações que navegam de um deputado a outro, é muito provável que o governador fique a ver navios pois o barco do nome escolhido para conselheiro já terá zarpado para o Tribunal quando João Azevedo retornar à Paraíba.
Será que ele ainda conseguirá mudar esta rota?
Luis Tôrres