O ser humano tem a mania de julgar seu semelhante. Sempre procura encontrar e difundir os defeitos e raramente enaltece as virtudes.
Esse proceder termina por gerar injustiças, além de colocar em determinadas pessoas em situações vexatórias. O pior é quando um comentário maldoso implica na colocação de alguém, de forma injusta, numa vala comum da banalidade. Se há algo perigoso é justamente a tal da vala comum, pois, por meio de precipitados julgamentos não separamos os bons, dos maus, e, com isso, todos são jogados numa mesma vala. É o chamado clichê, uma opinião, pensamento ou fala sem criatividade que abrange todos numa acentuada vulgaridade.
Nos tempos atuais, diante da crescente e impiedosa corrupção impregnada em todos os setores da sociedade, os riscos de pessoas dignas serem jogadas na denominada vala comum é algo cada vez mais presente e visível.
São muitos os fatores que propiciaram e ainda facilitam a crescente corrupção no mundo, notoriamente no nosso país. Dentre tantos fatores, podemos citar a crença na impunidade, diante da frágil legislação que permite a permanência em ínfimo tempo dos infratores no cárcere. Mas nada que justifique essa índole. Se atribuímos em algum momento a miserabilidades material e educacional dos infratores como um dos principais aspectos influenciadores para a prática do crime, de outro lado, esse ponto cai por terra quando assistimos pessoas esclarecidas e abastadas financeiramente, de forma contumaz, praticarem crimes que aviltam firmemente o dinheiro público, numa corrupção desenfreada e inaceitável.
Como diz um parente meu: É uma podridão podre. A verdade é que os escândalos são tantos e em todos os recantos da sociedade que às vezes vem uma nuvem que nos leva a pensar que o que era exceção, agora virou regra, e, com isso, equivocadamente, todos são jogados na mesma vala escura e asquerosa.
É preciso um freio nessa onda nefasta da crescente criminalidade. É necessário atitudes fortes para a readequação da conduta humana, antes que seja tarde. Que Deus ilumine o homem.
ONALDO QUEIROGA