Mais de 30 civis estão entre os 150 mortos de um ataque aéreo da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra dezenas de laboratórios do Talibã de fabricação de drogas na província de Farah, no oeste do Afeganistão. O ataque deu-se no segundo dia do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.
Na operação realizada por forças afegãs e americanas, “68 laboratórios de drogas foram destruídos e 150 talibãs morreram, enquanto outros 40 terroristas ficaram feridos”, informou o Ministério do Interior do Afeganistão em comunicado. O governador de Bakwa, Abdul Ghafoor Mujahid, agregou que “mais de 30 civis morreram na operação”. Em sua maioria, aldeões que trabalhavam nos laboratórios por salários diários e que não eram membros nem combatentes dos talibãs.
Entre os mortos estão “seis integrantes de uma família cuja casa ficava perto de um laboratório e foi destruída pelo bombardeio”, disse Mujahid.
De acordo as autoridades locais, o Ministério do Interior dirigiu a operação com base em “coordenadas precisas e exatas e em informação dos órgãos de inteligência, com apoio aéreo de forças estrangeiras”. Segundo o Ministério do Interior, esses laboratórios geravam receitas de 1 milhão de dólares por dia aos talibãs.
O porta-voz do Talibã, Qari Mohammad Yousef Ahmadi, entretanto, informou que “51 civis foram assassinados e 26 ficaram feridos nos ataques aéreos dos invasores americanos e seus marionetes (em alusão às tropas afegãs), realizados ontem no distrito de Bakwa, na província de Farah”. Na semana passada, o Talibã rejeitou proposta do presidente afegão, Ashraf Ghani, de um acordo de cessar-fogo durante o ramadã, que terminará em 4 de junho.
De acordo com o último relatório da Missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Afeganistão (Unama, na sigla em inglês), as mortes de civis causadas pelas operações das forças afegãs e americanas alcançaram pelo menos 305 no primeiro trimestre do ano e superaram, pela primeira vez, as provocadas pelo Talibã e outros grupos extremistas.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o escritório das forças americanas em Cabul preferiram não fazer comentários sobre as operações.
Fonte: Veja