O Governo da Venezuela deu o um prazo de 72 horas para que o embaixador espanhol em Caracas deixe o país. Jesús Silva Fernández recebeu na noite desta quinta-feira um comunicado oficial em que é declarado “pessoa não grata” e informado sobre a expulsão, segundo fontes do Ministério de Relações Exteriores da Espanha. A decisão do Governo de Nicolás Maduro havia sido anunciada na quinta-feira pelo chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, pelo Twitter.
A expulsão do diplomata ocorre dois dias depois de o Executivo venezuelano convocar seu embaixador em Madri, Mario Isea, para consultas relativas à “ingerência e agressão colonialista” do Governo espanhol – uma decisão anunciada também através do Twitter. Além disso, a Venezuela entregou uma “contundente” nota de protesto a diplomatas da União Europeia acreditados no país, em resposta a sanções do bloco europeu contra sete altos funcionários da nação sul-americana.
Caracas acusa a Espanha de ter articulado, junto a outros países, as sanções que a União Europeia impôs nesta segunda-feira a sete altos funcionários do Governo venezuelano, entre eles o ministro do Interior, Nëstor Reverol, o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, e a presidenta do poder eleitoral, Tibisay Lucena. A UE os acusa de “menosprezarem a democracia e o Estado de direito”, de cometerem “graves violações dos direitos humanos” e de restringirem as competências do Parlamento de maioria opositora, desmantelado pela nova Assembleia Constituinte
Caracas acusa Rajoy de ter recebido “instruções infames” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o encontro de ambos em 26 de setembro passado em Washington, para desse modo “se submeter aos seus desígnios com respeito à Venezuela, comprometendo-se a assumir a liderança da conspiração na Europa”.
LiberdadePB-Ana Paula Leite
Fonte: El País Foto/ Reprodução. Embaixador Venezuelano Jesús Silva a direita