A ONU alertou nesta sexta-feira (13) para possíveis crimes devido aos muitos civis que morreram na região de Tigré, na Etiópia, onde o governo do país faz uma operação militar há dez dias. Um massacre de civis com uso de facas e facões foi denunciado pela organização Anistia Internacional.
O primeiro-ministro Abiy Ahmed, ganhador do prêmio Nobel da Paz no ano passado, ordenou uma operação na região dissidente, causando preocupação na comunidade internacional, que teme o início de uma longa e sangrenta guerra civil.
Centenas de pessoas foram mortas e milhares fugiram dos combates e ataques aéreos em Tigré, cujos líderes Abiy acusa de tentar desestabilizar o país.
Massacre
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu uma investigação abrangente sobre os relatos de um massacre na cidade de Mai-Kadra, denunciados pela Anistia Internacional.
“Se for confirmado que eles foram cometidos deliberadamente por uma das partes no conflito, essas mortes de civis certamente equivaleriam a crimes de guerra”, disse Bachelet em um comunicado.
Refugiados que fogem do conflito no norte da Etiópia alegaram que ambos os lados estão cometendo atrocidades contra civis e disseram que os hospitais têm dificuldades para lidar com as vítimas.
Há testemunhas que afirmam que o massacre foi perpetrado pela guerrilha da região dissidente de Tigré, a Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF, por sua sigla em inglês), mas isso não está confirmado.
As testemunhas também destacaram que algumas vítimas eram da região de Amhara, uma área com um longo histórico de tensões com o Tigré.
Milhares de milicianos de Amhara foram posicionados na fronteira com o Tigré para lutar ao lado das forças federais.
Fonte: G1