Ao menos nove pessoas que participavam de um protesto pela democracia em Cartum, a capital do Sudão, foram assassinadas a tiros nesta segunda (3).
A organização civil que lidera os protestos e a embaixada dos Estados Unidos no país afirmam que foram as forças de segurança que atacaram, mas o Conselho Militar de Transição nega que tenha dispersado à força a manifestação.
Os mortos estavam em um acampamento de opositores diante do quartel-general do exército em Cartum, de acordo com o movimento civil que lidera os protestos.
“Não dispersamos o acampamento à força; as barracas continuam no local, e os jovens podem circular livremente”, disse o porta-voz do Conselho, o general Shamsedin Kabashi, ao canal Sky News Arabia, que sede nos Emirados Árabes Unidos.
Militares teriam atuado em zona próxima dos acampamentos
O porta-voz, no entanto, afirmou que as forças de segurança atuaram em uma zona perigosa próxima do local dos protestos, conhecida como Colômbia.
“Este local, chamado de ‘Colômbia’, foi durante muito tempo uma fonte de corrupção e atividades ilícitas. Várias pessoas fugiram de lá e entraram na área do acampamento. Resultado: vários jovens saíram do local do protesto”, disse o porta-voz.
A oposição anunciou nesta segunda-feira (3) a interrupção dos contatos com o Conselho Militar de Transição, que governa o país desde a destituição do presidente Omar al Bashir em 11 de abril.
“Anunciamos o fim de qualquer contato político e de negociação com o Conselho golpista”, afirmou em um comunicado a Aliança pela Liberdade e a Mudança (ALC), líder dos protestos.
A ALC convocou uma greve e a desobediência civil total e indefinida a partir desta segunda-feira (3).
O número de nove mortos foi informado pelo Comitê Central dos Médicos Sudaneses.
Fonte: G1