Thiago Farias
Historiador pela UFCG
Como historiador não poderia deixar de refletir sobre a historicidades das questões políticas e sociais de minha terra. E para isso, fazer uso de uma analogia político-representativa, pois é de Política que se vive e a humanidade sempre caminhou influenciadas por acontecimentos dessa ordem.
Para que o leitor entenda meu raciocínio apresento-lhe um paralelo sem medo de cometer anacronismo. E entendendo ser relevante para fazer-me compreender, pois há uma razão para isso: a de que é por meio da História que podemos apreender os fatos políticos, sociais e culturais, mesmo de uma cidade interiorana como é Pombal.
Desse modo, o que tem haver Pombal com Roma, tão distante que foi? Eu explico!
Em Roma, propriamente falando, se dizia em latim clássico: Senatus Populusque Romanis (O Senado e o Povo de Roma), como forma de legitimar cada discurso, cada lei e cada ato dos senadores, ilustres representantes do povo de Roma que para tanto eram parte de uma elite muito poderosa e influenciadora da vida naquela República.
Legitimar o Senado de Roma era uma tarefa diuturna dos senadores, seus esforços eram brutais e chegavam até a matar, claro, em nome do Povo de Roma, diferente não seria, pois se fosse não poderiam governar Roma do auto de suas ilibadas posições legislativas.
No entanto, mesmo com atitudes a lá draconianas, era o Senado de Roma que representava o Povo de Roma e o povo mais atendo a este do que aos imperadores, sempre lhe deu crédito, por ver nele homens como Cícero e Catão, estes tinham como conduta moral defender o Et commodum populi Romani (O interesse do povo de Roma).
Deste modo, rememorando esta instituição que tanto serviu ao povo de Roma podemos fazer uma reflexão sobre o “nosso Senado”, a Casa de Avelino Elias de Queiroga, nossa Câmara Municipal. A caso do povo de Pombal! Histórica, polémica e que serve a Pombal, certamente serve!
O que falta na verdade é sintonia entre Câmara e Povo, um feedback com transparência e cobrança para a nossa augusta casa de leis seja a receptora das demandas populares tão urgentes, tão esperadas e que pouco ou quase nunca saem se quer do papel.
O povo é corresponsável e como fiador do legislativo deve ser o primeiro a cobrar. Cobrar para que tenhamos representantes que pelo menos imitem Cícero (maior senador de Roma) nas atitudes legislativas em benefício de Pombal.
É preciso criar uma sintonia clara entre o Povo e a Câmara de Pombal. Sintonia política, participativa e principalmente social.
O poder como refere-se nossa Carta Magma, emana do povo e é exercido em nome dele. Porem é preciso que o povo seja coparticipe do exercício do poder.
Liberdade PB