A autópsia do milionário Jeffrey Epstein, de 66 anos, constatou que vários ossos do seu pescoço estavam quebrados, o que levanta suspeitas sobre a causa da sua morte. A informação foi divulgada pelo jornal “The Washington Post” que ouviu duas fontes ligadas à investigação que não foram identificadas.
Epstein foi encontrado morto na cela do Centro Correcional Metropolitano de Nova York onde aguardava julgamento por exploração sexual de menores. O procurador-geral William P. Barr tinha descrito a morte como um “aparente suicídio”.
A autópsia mostrou que, entre os ossos quebrados no pescoço de Epstein, estava o osso hioide, que nos homens fica perto do pomo de Adão. Esse tipo de fratura pode ocorrer em homens que se enforcam, particularmente se forem mais velhos, de acordo com especialistas forenses e estudos sobre o assunto.
Porém, essas fraturas são mais comuns em vítimas de homicídio por estrangulamento, disseram os especialistas consultados pelo periódico. Os funcionários da Justiça se recusaram a comentar as novas informações da autópsia de Epstein.
A autópsia foi concluída no domingo (11). A médica chefe responsável pelo exame, Barbara Sampson, deixou no laudo a causa da morte como pendente. Questionada sobre as lesões no pescoço, ela divulgou um comunicado dizendo que nenhum fator isolado em uma autópsia pode, por si só, fornecer uma resposta conclusiva sobre o que aconteceu.
Guardas quebraram protocolo
A revelação sobre as lesões no pescoço de Epstein segue relatos de que os guardas que cuidavam da cela do milionário quebraram o protocolo e não o monitoram adequadamente. Na quarta-feira, o diretor da prisão foi trocado e os dois guardas suspensos.
Epstein, vinculado a vários políticos e celebridades, aguardava um julgamento por acusações federais de que traficava mulheres menores de idade com fins sexuais.
O milionário tinha sido preso 6 de julho e acusado em Nova York de organizar, pelo menos desde 2002 até 2005, uma rede de dezenas de meninas, algumas estudantes de ensino médio, com as quais mantinha relações sexuais em suas muitas propriedades, entre elas em Manhattan e na Flórida.
O procurador-geral dos Estados Unidos, Bill Barr, prometeu na segunda-feira perseguir os cúmplices de Epstein, dizendo que havia graves irregularidades na prisão onde o financista morreu.
Fonte: G1