O revezamento da tocha olímpica deve evitar a concentração urbana de Osaka, no oeste do Japão, devido a um novo aumento dos contágios por coronavírus, disseram o governador local e o prefeito da cidade nesta quinta-feira (1º).
“Penso, pessoalmente, que o revezamento da chama olímpica na cidade de Osaka deve ser anulado”, afirmou o governador Hirofumi Yoshimura.
“Os pedidos para saídas não essenciais e urgentes [da população] devem ser escrupulosamente respeitados durante o período das medidas mais estritas”, destacou Yoshimura.
O prefeito Ichiro Matsui também pediu que o revezamento evite a cidade. “É muito triste que o revezamento da chama olímpica tenha de ser anulado”, disse em entrevista ao jornal “Nikkei”.
Após as declarações do governador e do prefeito de Osaka, a organização dos jogos de Tóquio afirmou que adiará o anúncio dos portadores da tocha, assim como os detalhes do trajeto na cidade de Osaka.
O anúncio estava previsto para ocorrer nesta quinta-feira. “Continuaremos tendo conversas com as autoridades municipais de Osaka sobre os revezamentos da chama olímpica e nos esforçaremos para anunciar o resultado o quanto antes”, explicaram os organizadores.
O governo japonês se prepara para impor novas medidas para enfrentar a epidemia de Covid-19 em algumas áreas de Osaka e em outras duas regiões.
Novas restrições
O revezamento da chama olímpica começou em 25 de março em Fukushima. Os organizadores esperam que esse ritual ajude a trazer mais entusiasmo em torno do evento esportivo, duramente atingido pela crise global de saúde.
Inicialmente, a proposta era que a chama atravessaria o departamento de Osaka entre os dias 13 e 14 de abril, começando pela cidade de Sakai e terminando em Osaka.
Durante o trajeto, as regras exigem que os espectadores usem máscara e evitem torcer pelos atletas que desfilam com a tocha.
A organização garantiu que etapas poderão ser anuladas, se houver risco de aglomeração. Nos últimos dias, os casos de infecção pelo coronavírus aumentaram nos departamentos de Osaka, Hyogo (oeste) e Miyagi (nordeste).
Nas próximas horas, o governo vai anunciar oficialmente novas restrições nessas regiões. Isso permitirá às autoridades locais solicitar a alguns estabelecimentos comerciais que antecipem seu horário de fechamento, sob pena de multa.
Adiadas por um ano devido à pandemia, a Olimpíada de Tóquio será realizadas entre 23 de julho a 8 de agosto.
Pela primeira vez na história olímpica, não haverá espectadores estrangeiros neste evento, na tentativa de limitar os contágios por coronavírus. É provável que limites sejam impostos nas sedes dos Jogos para os torcedores que vivem no Japão.
Fonte: RFI