
A disputa pelo comando da Câmara em 2019 já está causando atritos entre o PSL do deputado Jair Bolsonaro (RJ), líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, e o bloco conhecido como Centrão, fiel da balança nas votações da Casa. Dirigentes do grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade dizem que, se Bolsonaro for eleito e quiser “atropelar” o bloco, enfrentará forte oposição desde o início do mandato.
O PSL elegeu a segunda maior bancada da Câmara, com 52 deputados (atrás do PT, com 56). Os partidos do Centrão fizeram 142 parlamentares.
Na tentativa de amenizar o mal-estar, o senador eleito Major Olímpio, presidente do PSL paulista, afirmou que o assunto não está sendo objeto de discussão. “O importante é ter um alinhamento que dê solidez ao futuro governo”, afirmou.
O próprio Olímpio, porém, já havia confirmado a disposição do PSL para indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), filho do capitão da reserva, à cadeira hoje ocupada por Rodrigo Maia (DEM-RJ). A defesa da indicação foi feita pelo general Roberto Sebastião Peternelli Júnior, coordenador das candidaturas de militares das Forças Armadas e deputado eleito.
As articulações do PSL irritaram o Centrão, uma vez que a maioria do bloco apoia a recondução de Maia à presidência da Câmara. Além disso, o deputado Capitão Augusto (PR-SP), que integra o grupo, também quer lançar sua candidatura e, nesta quarta-feira, foi até a residência oficial de Maia para comunicar a decisão.
Fonte: G1