Doze membros do serviço de inteligência russo foram indiciados nesta sexta-feira (13) por um tribunal norte-americano por hackear as redes de Hillary Clinton, então candidata democrata à eleição presidencial de 2016. Os russos teriam hackeado também emails do Comitê Nacional de seu partido, o Democrata, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
“A acusação apontou o nome de 12 oficiais do exército russo destinados a interferir na eleição presidencial de 2016”, disse Rod Rosenstein, número dois do Departamento de Justiça, em uma coletiva de imprensa. As acusações, obtidas pelo procurador especial Robert Mueller, que investiga interferências russas nas eleições de 2016, foram pronunciados três dias antes de uma reunião entre Donald Trump e seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Helsinque.
Segundo Rod Rosenstein, não há razão para acreditar que cidadãos dos EUA estavam envolvidos nos crimes mencionados pela acusação. Donald Trump, ele acrescentou, foi informado nesta semana sobre os desdobramentos do processo. De acordo com um comunicado do Ministério da Justiça, os oficiais do GRU, o serviço de inteligência militar russo, usaram sua capacidade de hackear as redes de informática do Comitê da Campanha Democrata no Congresso, do Comitê Nacional Democrata, bem como da equipe de campanha de Hillary Clinton e publicou esta informação na Internet sob os nomes de DCLeaks e Guecter 2.0.
Suspeitas de conluio entre Trump e os russos
Robert Mueller, nomeado pelo Departamento de Justiça em maio de 2017 para retomar o trabalho do FBI, investiga também as suspeitas de conluio entre a equipe de campanha de Donald Trump e as autoridades russas. Ele também procura saber se o atual presidente tentou impedir a continuação do inquérito.
O Procurador Especial já indiciou vários antigos funcionários de Donald Trump, incluindo seu diretor de campanha, Paul Manafort, e Michael Flynn, ex-assessor de segurança da Casa Branca. Algumas horas antes do anúncio das acusações, Trump chamou a investigação Mueller de “caça às bruxas falsas”, que “prejudica as relações com a Rússia”.
Os serviços de inteligência dos EUA concluíram que a Rússia havia interferido no processo eleitoral norte-americano de 2016 para minar a candidata democrata, Hillary Clinton.
Fonte: RFI