Os Estados Unidos alertaram a Venezuela nesta quinta-feira de que haverá consequências caso o líder opositor Juan Guaidó não possa retornar com segurança a seu país de uma visita a Washington.
“Esperamos que o regime faça o cálculo, especialmente após esta viagem, que o apoio a Guaidó é forte e que a reação a qualquer ação contra ele será um erro do regime”, afirmou Elliott Abrams, o encarregado dos EUA para Venezuela, a jornalistas.
“Estamos muito preocupados com isso e esperamos que ele retorne em segurança”, afirmou.
Quando pedido para explicar o que os Estados Unidos fariam em alguma eventualidade contrária, Abrams se limitou a dizer: “Estamos preparados”.
Guaidó, reconhecido presidente interino pelos Estados Unidos e por mais de 50 países, assistiu ao discurso de Donald Trump sobre o Estado da União diante do Congresso como “convidado especial” do mandatário e da primeira-dama.
Trump prometeu “esmagar a tirania” de Maduro e descreveu Guaidó como “um homem muito corajoso, que carrega consigo as esperanças, os sonhos e as aspirações de todos os venezuelanos”.
No dia seguinte, Guaidó se reuniu com Trump na Casa Branca, recebendo tratamento destinado a chefes de Estado.
Maduro reagiu nesta quarta-feira, acusando Trump de levar os Estados Unidos a um conflito “de alto nível contra a Venezuela” e chamou novamente Guaidó de “marionete” de Washington.
Após renovar seu mandato como líder parlamentar e presidente interino, Guaidó desafiou a proibição de sair do país emitida pelas autoridades e iniciou, em meados de janeiro, um périplo que levou-o à Colômbia, à Europa, ao Canadá e aos Estados Unidos.
Ele busca apoio em sua ofensiva contra Maduro, que ele almeja derrubar para liderar um governo de transição e organizar novas eleições.
O líder opositor já saiu do país no ano passado e conseguiu voltar, apesar das ameaças de prisão.
Em diálogo com a imprensa após se reunir nesta quinta-feira com o secretário de Estado, Mike Pompeo, Guaidó não respondeu quando perguntaram se voltaria à Venezuela, embora no sábado, em um ato em Miami, tenha anunciado “uma grande mobilização em Caracas” em seu retorno “nos próximos dias”.
Questionado se tinha medo, respondeu: “Todos têm. Temos fome”.
Fonte: AFP