Após declarações do futuro ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, de que ajudaria nas decisões sobre a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) e do próprio presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmar que o filho poderia virar ministro, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) anunciou, nesta quinta-feira (22/11), que encerrará sua contribuição direta à equipe de transição e que retomará sua atuação parlamentar após três meses de licença não remunerada.
“O meu ciclo de tentar ajudar diretamente chegou ao fim. São 18 anos de vida pública dedicados ao que acredito. Estes últimos 3 meses de licença não remunerada para acompanhar o que sempre acreditei se encerram. Semana que vem volto às atividades na Câmara de Vereadores do Rio”, escreveu.
Na quarta-feira (21/11), Carlos Bolsonaro foi mencionado por integrantes da transição como cotado para ocupar a Secretaria de Comunicação (Secom) do futuro governo. Ele próprio desmentiu a informação. “Nada disso será tratado comigo”, disse na quarta, também no Twitter.
Na manhã desta quinta, Jair Bolsonaro afirmou que havia, sim, a possibilidade de levar o filho para a Secom, mas admitiu que o vereador dificilmente aceitaria. “A tendência é esse assunto morrer”, declarou o presidente eleito. Segundo ele, o vereador licenciado é uma pessoa “extremamente competente”, mas a nomeação poderia ser vista como nepotismo. “Nunca pratiquei isso nepotismo, não me interessa fazer”, disse.
Na quarta, Jair Bolsonaro disse que Carlos “está estudando os prós e contras” desta ideia de ser ministro da Comunicação e que sabe que “isso pode ter um tremendo desgaste” porque vão dizer que ele está colocando o filho no governo. “Mas ele é a fera das mídias e tem sangue ‘na boca’. Tem tudo pra dar certo”, prosseguiu Bolsonaro, acrescentando que “não se trata de prêmio de consolação e que lá, ele vai mostrar seu valor”.
Depois de salientar que Carlos é o “pitbull”, o presidente eleito avisou ainda que “o importante é ele estar do meu lado”. E emendou: “só de estar ao meu lado, ele já ajuda bastante”.
Fonte: Correio Braziliense