O autoproclamado presidente interino Juan Guaidó postou logo cedo nesta quarta-feira (1º) uma mensagem no Twitter instando os opositores de Nicolás Maduro a saírem às ruas novamente na Venezuela no Dia do Trabalhador. “Seguimos com mais força que nunca”, diz.
A tentativa de novas mobilizações vem na sequência de um dia de distúrbios na Venezuela, em especial na capital Caracas, onde Guaidó tentou liderar um levante militar (leia mais ao final da reportagem). A ONG Foro Penal contabilizou 119 detidos pelo país.
Apoiadores de Maduro também já começam a se mobilizar. Um grupo fez vigília diante do palácio presidencial de Miraflores. A milícia bolivariana, formada por ex-militares e civis treinados para defender a revolução chavista também estava postada perto da sede do governo, conforme indicam fotos da agência AFP.
Na terça-feira (1º), o presidente autoproclamado apareceu com outro líder oposicionista, Leopoldo López, que estava em prisão domiciliar, e um grupo de soldados desertores, perto da base aérea La Carlota, considerada estratégica para a Venezuela, nas primeiras horas da manhã.
O líder oposicionista afirmava que conquistou o apoio dos militares venezuelanos, o que o regime chavista rechaçou. Houve confronto, e dezenas de pessoas ficaram feridas – a imprensa local cita 57.
A ONG Provea afirma, ainda, que um homem de 24 anos, identificado como Samuel Enrique Méndez, morreu na terça-feira durante protestos ocorridos no estado de Aragua.
A informação não foi confirmada por fontes oficiais, mas um deputado oposicionista postou em rede social um vídeo que mostra um grupo de jovens andando por uma rua carregando o corpo que seria de Samuel, cantando o hino nacional venezuelano.
Maduro diz que militares pró-Guaidó foram pagos
No fim do dia, Maduro afirmou que os militares que apoiaram Guaidó foram pagos pela oposição. O chavista ainda negou que tenha perdido respaldo das Forças Armadas e o controle da base de La Carlota.
“La Carlota nunca foi tomada. Ela esteve e continuará sob alerta total”, declarou Maduro.
López acabou se abrigando na residência da missão diplomática do Chile em Caracas, acompanhado por sua mulher e uma filha do casal. À noite mudou-se para a Embaixada da Espanha.
Fonte: G1