Vários incêndios foram registrados na madrugada desta quarta-feira (9) no campo de refugiados de Moria na ilha de Lesbos, na Grécia. Algumas pessoas ficaram levemente feridas e tiveram problemas respiratórios provocados pela fumaça.
Considerado o mais insalubre da Europa, o campo de Moria abriga quase 12,7 mil demandantes de asilo – quatro vezes acima de sua capacidade.
Os bombeiros afirmaram que os focos de incêndio estavam “espalhados nos prados ao redor do campo, mas também dentro da estrutura”.
As chamas teriam começado após uma revolta de alguns solicitantes de asilo que seriam colocados em isolamento depois de testar positivo para o novo coronavírus ou entrar em contato com uma pessoa infectada, de acordo com agência de notícias ANA.
Mais de 3 mil barracas, milhares de contêineres, escritórios administrativos e uma clínica dentro do acampamento foram atingidas pelas chamas, de acordo com o site de notícias Lesvospost.
Quase 500 migrantes seguiram para a rodovia que segue até o porto de Mitilene, mas foram bloqueados pelas forças de segurança. Outros buscaram refúgio nas colinas próximas ao campo, de acordo com a France Presse.
O porta-voz do governo grego, Stelios Petsas, anunciou que a ilha de Lesbos está em estado de emergência.
Quarentena
Na semana passada, as autoridades detectaram o primeiro caso de coronavírus no campo de Moria e colocaram o local em quarentena.
Após 2 mil exames, 35 pessoas testaram positivo para Covid-19 em Moria. “Apenas uma pessoa apresentou sintomas, as outras 34 estão assintomáticas. As 35 pessoas foram transferidas para um espaço previsto para o isolamento”, afirmou o ministério das Migrações.
“Com o incêndio, todos dispersaram e os casos positivos se misturaram com os outros”, disse uma fonte policial à AFP em Lesbos.
Confrontos são comuns
As organizações humanitárias criticam o campo de Moria por sua falta de higiene e superlotação. Também defendem a transferência dos demandantes de asilo mais vulneráveis.
Os distúrbios e confrontos são quase diários. De janeiro a agosto, cinco pessoas foram esfaqueadas em mais de 15 ataques.
Em março, uma menina morreu em um contêiner queimado. Em setembro de 2019, duas pessoas faleceram em um incêndio.
Fonte: G1