O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, denunciou nesta terça-feira, 25, a detenção de cinco militares e de dois policiais pela regime de Nicolás Maduro. O paradeiro dos militares presos – um general, dois coronéis, um capitão de corveta e um tenente das Forças Armadas – é desconhecido, denunciou o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela.
As prisões se deram na sexta-feira 21, enquanto a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, ainda visitava o país. Congressistas criticaram o fato de as prisões terem ocorrido quando Bachelet pedia a Maduro libertação dos presos políticos.
A comissão de Defesa da Assembleia Nacional, o único poder nas mãos da oposição, informou que 198 militares estão presos com base na acusação de traição à pátria e conspiração. Nesse grupo estão incluídos os cinco oficiais presos na sexta-feira. Segundo a organização não governamental Foro Penal, há 688 “presos políticos” no país.
Durante um debate legislativo em que denunciou a “perseguição” aos militares descontentes com o governo de Maduro, Guaidó também se referiu ao “desaparecimento” de dois comissários da polícia científica (CICPC) no último final de semana.
Os militares depois de terem participado de uma reunião. Os deputados apontam como os agentes da contra-inteligência castrense como responsáveis pelas prisões. Os familiares das vítimas culpam o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).
Guaidó não detalhou as razões das prisões. Mas sinalizou que esses casos demonstram haver funcionários do governo dispostos a se colocar contra Maduro, a quem chama frequentemente de “usurpador”.
Ele convocou mais de uma vez as Forças Armadas a romper com Maduro. Desde que se se autoproclamou presidente interino da Venezuela, em janeiro, ele tenta remover do ditador essa base que o sustenta no poder. Até o momento, não houve sucesso.
Após a sessão desta terça-feira, foram registrados incidentes nos arredores do palácio legislativo, no centro de Caracas. Partidários do regime insultaram Guaidó em sua saída do prédio e quebraram o vidro do veículo de um parlamentar.
Fonte: Veja