A juíza federal Tanya Chutkan marcou a data do começo do julgamento de Donald Trump por tentativa de reverter os resultados das eleições: 4 de março de 2024.
Ou seja, os momentos mais importantes do processo criminal vão coincider com o auge da campanha eleitoral pela presidência dos Estados Unidos no ano que vem.
Um dos dias mais importantes do calendário eleitoral dos EUA é a Superterça. É um dia em que diversos estados votam nas prévias. No ano que vem, a Superterça vai cair no dia 3 de março, véspera do começo do julgamento de Trump.
Trump ainda vai tentar mudar a data
O ex-presidente Trump afirmou em sua rede social, a Truth Social, que vai recorrer para tentar alterar a data.
Trump é réu em quatro processos diferentes. Em dois desses casos, o ex-presidente é acusado de tentar reverter os resultados das votações nas eleições presidenciais de 2020, quando ele foi derrotado por Joe Biden. O julgamento que começará em março do ano que vem é um desses.
O procurador especial Jack Smith queria iniciar o julgamento ainda antes, em 2 de janeiro de 2024, e a defesa do ex-presidente propôs abril de 2026, em torno de 17 meses após as eleições.
Trump se declarou inocente das acusações quando compareceu ao tribunal no início de agosto e não precisou comparecer à audiência desta segunda-feira.
O magnata de 77 anos enfrenta quatro acusações criminais este ano: duas de Smith, e uma, de procuradores estaduais em Nova York e na Geórgia.
O caso perante Chutkan pode representar o maior perigo jurídico para Trump, especialmente se acabar sendo o primeiro do que se apresenta como uma agenda jurídica lotada.
“O presidente Trump não é uma pessoa comum. Ele é muito inteligente e conhece o assunto”, disse sua advogada, Alina Habba, ao “Fox News Sunday”, quando questionada sobre como seu cliente se prepararia para seus próximos julgamentos.
Trump será julgado em Nova York no final de março sob a acusação de pagar dinheiro para uma estrela pornô. Em maio, enfrentará um tribunal estadual da Flórida por supostamente ter levado documentos secretos do governo quando deixou a Casa Branca.
Trump e outros 18 réus também enfrentam acusações de crime organizado na Geórgia por seus esforços para anular o resultado das eleições de 2020 nesse estado do sul. O juiz da Geórgia ainda não definiu a data do julgamento.
O caso perante a juíza Chutkan acusa Trump de conspiração para enganar os Estados Unidos e conspiração para obstruir o processo oficial, a sessão do Congresso de 6 de janeiro de 2021 que foi atacada por uma multidão de apoiadores do ex-presidente.
Único réu neste processo, Trump também é acusado de tentar privar cidadãos americanos do direito ao voto, com falsas afirmações de que venceu as eleições de 2020.
Whit Ayres, um consultor político republicano, disse que, se Trump for absolvido no seu primeiro julgamento, isso praticamente garante-lhe a indicação presidencial do partido.
“Não conheço nenhuma maneira de impedir isso”, disse ele.
“Mas, se ele for condenado por um crime grave, não sei como as pessoas reagiriam, porque nunca tivemos nada remotamente parecido”, acrescentou.
“Imagino que uma acusação criminal, talvez associada a algum tempo de prisão, faria pelo menos algumas pessoas repensarem seu apoio”, especulou.
Chutkan, de 61 anos, indicada pelo ex-presidente democrata Barack Obama, proferiu algumas das sentenças mais duras contra os invasores do Capitólio, e Trump acusou-a de ser “muito partidária” e “muito parcial”.
A juíza também tem antecedentes jurídicos com Trump: decidiu contra ele em um caso de novembro de 2021, dizendo, em sua sentença, que “os presidentes não são reis”.
Fonte: G1 Por France Presse
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