A Justiça da Austrália manteve nesta quarta-feira (21 – horário australiano) a prisão ao cardeal George Pell, condenado por pedofilia. Por dois votos a um, a Corte de Apelação do estado de Vitória rejeitou pedido da defesa do religioso para rever a pena de seis anos fixada em março. Ele ainda pode recorrer.
Pell – ex-número três na hierarquia do Vaticano – é acusado de abusar de dois adolescentes de 13 anos na década de 1990. As vítimas dos abusos participavam do coral da Catedral St. Patrick, em Melbourne, segunda maior cidade da Austrália.
O cardeal dirigiu a secretaria de Assuntos Econômicos, nomeado pelo Papa Francisco em 2014. Antes, Pell atuou como arcebispo de Melbourne e de Sidney.
Escândalo no Vaticano
Em fevereiro, antes de receber a pena, a Justiça australiana julgou Pell culpado por crimes sexuais como menores na Austrália. Com isso, ele se tornou o mais alto dignatário da Igreja Católica condenado em um caso de pedofilia.
A denúncia contra Pell ocorreu ao final de uma longa investigação iniciada pelas autoridades australianas em 2012, com base em relatos de abusos sexuais contra menores.
Uma comissão tomou milhares de depoimentos e escutou denúncias de abusos contra crianças envolvendo igrejas, orfanatos, clubes esportivos, grupos de jovens e escolas.
Em dezembro de 2018, o Papa Francisco removeu de seu grupo Pell e mais dois conselheiros próximos cardeais envolvidos em escândalos de abuso sexual.
Francisco Javier Errázuriz, do Chile, também foi alvo de acusações relacionadas a abuso sexual e nega as alegações. Laurent Monsegwo Pasinya, da República Democrática do Congo, foi o terceiro cardeal afastado.
Fonte: G1