O ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) anunciou nesta 2ª feira (5.ago.2019) o nome de Darcton Policarpo Damião para diretoria interina do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável pelo monitoramento e divulgação de dados do desmatamento no país
Darcton Policarpo Damião ocupará o lugar de Ricardo Osório Galvão, demitido na última 6ª feira (2.ago.2019).
O MCTIC informou que o diretor definitivo será escolhido por meio de lista tríplice a ser definida pelo “Comitê de Busca”, que ainda será criado. Pelo regimento interno do instituto, aprovado pela Portaria 897/2008, o comitê deve ser escolhido pelo Conselho Técnico-Científico do órgão, que tem 11 membros – 6 especialistas e 5 integrantes do Inpe (incluindo o diretor, que neste caso foi exonerado).
Mais cedo, o ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) disse, em entrevista à rádio Eldorado, que cogita escolher 1 oficial da Aeronáutica para a Direção do Inpe. Segundo ele, o nome do novo diretor deve ser divulgado ainda no início desta semana e que o candidato é 1 “doutor em desmatamento”.
De acordo com seu currículo na Plataforma Lattes, Darcton tem doutorado em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília. Ele possui ainda 1 currículo extenso com graduação em Ciências Aeronáuticas na Academia da Força Aérea, MBA em Gestão Empreendedora pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Inpe.
Sua tese de doutorado foi sobre desmatamento na Amazônia: “Uso de técnicas de análise multivariada para a predição de desmatamento na Amazônia”. Ainda de acordo com seu currículo, ele tem mestrado em sensoriamento remoto pelo próprio Inpe.
Eis o vídeo divulgado pelo ministro para anunciar o nome de Darcton Policarpo Damião:
DEMISSÃO DE RICARDO GALVÃO
A controvérsia em torno da mudança na diretoria do Inpe, com a demissão de Ricardo Galvão, começou depois que o presidente Jair Bolsonaro criticou a divulgação de dados sobre desmatamento no Brasil pelo instituto em 21 de julho.
O instituto aponta que mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram derrubados na 1ª quinzena deste mês, aumento de 68% em relação a julho de 2018. Para o presidente, a publicação das informações “prejudica” o país.
Na última 5ª feira (1º.ago.2019), o revista Economist, publicou 1 editorial no qual defendeu boicote a produtos brasileiros por parte dos consumidores de todo o planeta e de parceiros comerciais. O texto Relógio da Morte para a Amazônia (Deathwatch for the Amazon, em inglês), sugere que a abstenção deve ser feita caso o governo Bolsonaro insista em não preservar a Amazônia.
No dia seguinte, na 6ª feira (2.ago), antes de sua demissão, Ricardo Magnus Osório Galvão disse que a fala de Bolsonaro em relação aos dados divulgados sobre desmatamento “gerou constrangimento”.
No domingo (4.ago.2019), Bolsonaro falou sobre a demissão de Galvão: “Certas coisas eu não peço, eu mando”.
Fonte: Poder 360