Milhares de pessoas protestaram em Bangcoc, capital da Tailândia, neste sábado (14), pedindo a renúncia do primeiro-ministro, Prayut Chan O Cha, e reformas na monarquia.
A manifestação aconteceu a poucos quilômetros de um grupo pró-monarquia, com manifestantes vestindo camisas amarelas e agitando bandeiras tailandesas enquanto esperavam para cumprimentar o rei Maha Vajiralongkorn, que deveria comparecer a um evento local.
“Ele [Prayut Chan O Cha} não é apenas incompetente, mas também carece de legitimidade”, disse o ativista Sombat Boonngamanong, em cima de um caminhão usando um chapéu de pirata. “A Tailândia não progrediu por causa de Prayuth.”
Cerca de 2.500 manifestantes se reuniram no Monumento à Democracia em Bangcoc, segundo a polícia, com canções e danças que zombavam do governo.
O governo de Prayuth detém a maioria no parlamento. Os opositores dizem que ele assumiu o poder depois de um golpe em 2014 e foi legitimado por polêmicas eleições no ano passado. O governo diz que a votação foi justa.
Os protestos também pedem a abolição da lei de lesa majestade que pune com até 15 anos de prisão qualquer difamação ou insulto ao rei, e exigem o controle da fortuna real e a não interferência do soberano nos assuntos políticos.
A polícia disse que não iria usar violência para reprimir os manifestantes e mobilizou 5.100 soldados para manter a ordem.
No entanto, na semana passada, milhares de manifestantes foram recebidos com canhões de água quando marcharam até o Grande Palácio para exigir restrições ao poder da monarquia.
A dois quilômetros de distância, milhares de monarquistas aguardavam a chegada do rei, onde ele compareceria à cerimônia de inauguração de uma estação de metrô.
“Algumas pessoas querem derrubá-lo, mas viemos para apoiá-lo e mostrar que todos os tailandeses o amam”, disse Donnapha Kladbupha, 48 anos.
Rei desde 2016 após a morte de seu pai, o venerado rei Bhumibol, Maha Vajiralongkorn é uma personalidade controversa. Em apenas alguns anos, ele fortaleceu seus poderes assumindo diretamente o controle da fortuna real, e suas frequentes estadas na Europa, em meio a uma recessão após a pandemia do coronavírus, também causaram discussão.
O Palácio Real não fez comentários desde o início dos protestos, mas o rei disse há duas semanas que os manifestantes ainda eram amados e que a Tailândia era uma “terra de concessões”.
Fonte: G1