Dezenas de milhares de manifestantes voltaram a sair às ruas de Hong Kong, hoje (18), para protestar contra propostas do governo chinês que, na avaliação dos manifestantes, ameaçam restringir a autonomia do território pertencente à China e reduzir a liberdade da população local.
Jornais e agências de notícias internacionais afirmam que o ato deste domingo reuniu cerca de 1,7 milhão de pessoas – estimativa atribuída a porta-vozes do movimento que começou a ganhar corpo há pouco mais de dois meses, depois que o governo autônomo de Hong Kong apresentou um projeto de lei que, se aprovado, permitiria às autoridades locais extraditar pessoas acusadas de terem cometido crimes, incluindo para a própria China.
Segundo a empresa pública de comunicação do Japão, NKH, as autoridades policiais autorizaram que os manifestantes se concentrassem em um parque da região central da ilha de Hong Kong, mas os proibiu de marcharem pelas ruas da cidade. Apesar da restrição policial, a grande quantidade de pessoas obrigou os manifestantes a se espalharem pelas ruas de acesso ao parque.
Portando faixas, cartazes e protegidos com máscaras e lenços, além dos guarda-chuvas que já se tornaram um símbolo dos atos, os manifestantes protestaram sob chuva também contra a repressão policial registrada durante os últimos protestos – em meio aos quais o aeroporto local chegou a ser bloqueado por quase dois dias, forçando o cancelamento de centenas de voos.
Até o meio-dia (horário de Brasília), não havia registros de confrontos ou de atos violentos. Esta semana, o governo chinês enviou policiais paramilitares à cidade de Shenzhen, vizinha de Hong Kong. A medida foi interpretada como um aviso de Pequim para tentar manter os protestos sob controle.
Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador acadêmico do Centro Brasileiro de Estudos de Negócios Internacionais & Diplomacia Corporativa da ESPM, Alexandre Ratsuo Uehara, afirmou que outros motivos além do temor de diminuição da liberdade tem levado milhares de pessoas a apoiar os protestos. Epecialista em Ásia, Uehara aponta o aumento do custo de vida e o contexto de disputa comercial entre China e Estados Unidos como fomento para a insatisfação.
“Existe uma insatisfação da população mais jovem em relação à situação econômica em Hong Kong. Eles consideram que o salário não é satisfatório”, avalia o especialista em Ásia Alexandre Ratsuo Uehara, coordenador acadêmico do Centro Brasileiro de Estudos de Negócios Internacionais & Diplomacia Corporativa da ESPM.
Fonte: Agência Brasil