Militares malineses, insatisfeitos com a remodelação do governo anunciada pelas autoridades de transição, detiveram o presidente e o primeiro-ministro nesta segunda-feira (24), em um golpe que abalou o país africano, mergulhado por anos em uma crise profunda.
O presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouane lideram um governo de transição que foi instalado após um golpe em agosto, para neutralizar a ameaça de sanções internacionais.
No entanto, os golpistas e militares mantiveram influência sobre o governo, levantando dúvidas sobre o compromisso de realizar eleições no início do próximo ano.
Dois altos funcionários que pediram para não ser identificados disseram à AFP que os soldados levaram Ndaw e Ouane para o acampamento militar de Kati, fora da capital Bamako.
As prisões se seguiram à remodelação do gabinete na tarde de segunda-feira, em resposta às crescentes críticas ao governo interino.
Na mudança, os militares mantiveram os ministérios estratégicos que já controlavam no governo, mas dois golpistas, o ex-ministro da Defesa Sadio Camara e o ex-ministro da Segurança, coronel Modibo Kone, foram excluídos.
Enquanto isso, rumores de um possível golpe de estado circulavam na capital, embora a cidade permanecesse calma.
O primeiro-ministro Ouane disse à AFP, em um breve contato telefônico antes do corte da linha, que os soldados “vieram atrás de mim”.