O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou na manhã deste sábado (17) que foram encontradas “inconsistências na contabilização e correção da segunda prova do Enem do ano passado”, referindo-se ao Exame Nacional do Ensino Médio, de 2019.
Segundo Weintraub, o erro atingiu “alguma coisa como 0,1%” dos candidatos que prestaram o exame – o equivalente a 39 mil candidatos. Já Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, afirma que a falha “não vai chegar nem a 9 mil pessoas”.
Até a noite de sábado, o MEC e o Inep ainda não tinham divulgado um balanço do número de candidatos afetados.
De acordo com o Inep, 3.935.237 pessoas fizeram o Enem 2019 em 3 e 10 de novembro – 72,81% dos 5.095.388 inscritos.
“Nós encontramos inconsistências na contabilização e correção da segunda prova do Enem do ano passado. Um grupo muito pequeno de pessoas teve o gabarito trocado quando foram fechados os envelopes. Uma inconsistência fácil de ser consertada. Estamos falando de alguma coisa como 0,1% das pessoas que fizeram, dos milhões [que prestaram a prova]” – Abraham Weintraub, ministro da Educação. O ministro afirmou que o erro está sendo corrigido.
“Apesar de estatisticamente [os participantes afetados] não serem significativos, individualmente não pode haver injustiça como essa. A gente está corrigindo e até segunda-feira será resolvido”, afirmou.
A abertura da inscrição do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que permite aos estudantes concorrerem a vagas em universidades federais pelo país com a nota do Enem, está com o cronograma mantido, segundo Lopes. O prazo vai de terça (21) a sexta (24).
O Inep criou um email para os candidatos que se sentirem prejudicados enviarem suas dúvidas, diz Lopes. O endereço é [email protected].
Quantas pessoas foram afetadas?
Durante entrevista à imprensa, Alexandre Lopes afirmou que ainda não está claro quantas pessoas foram afetadas porque o sistema ainda está identificando as falhas.
Ele chegou a dizer que as inconsistências não chegariam a afetar 1% dos participantes – o que daria 39 mil pessoas. Depois afirmou que o número de prejudicados deve ser menor.
“Achamos inconsistências em um arquivo da gráfica com diversos nomes”, diz. “Achamos que não vai chegar nem a 9 mil pessoas” – estima Alexandre Lopes, presidente do Inep.
Concretamente, segundo Lopes, já foi identificado o erro em quatro provas de candidatos de Viçosa (MG). Ele admite, no entanto, que a falha pode estar presente em outros estados.
Como ocorreu a falha
O presidente do Inep admitiu que a falha foi da gráfica.
As provas do Enem são divididas por cores e a correção do gabarito é feita conforme essa classificação. Segundo Lopes, o erro ocorreu na associação do arquivo do aluno e a cor da prova.
“Alguns arquivos vieram com erro na associação entre o aluno e a cor da prova. Aluno fez prova cinza e veio informação de que fez a prova amarela. Ao rodar a correção, saiu resultado diferente”, afirmou.
Inep diz que não houve ‘crime’
Alexandre Lopes afirmou que não houve crime.
“Comparar atuação criminosa com erro é diferente”, afirma. “Não tenho argumentos ou informações suficientes para dizer o que gerou esse tipo de inconsistência. Fazer ilações sobre capacidade técnica de algum parceiro seria leviano”, afirma Lopes.
Sisu está mantido
Lopes afirmou que a abertura do período de inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) está mantida.
O sistema permite ao candidato escolher uma universidade pública federal em qualquer lugar do país, com base na nota do Enem.
O Sisu abrirá as inscrições na terça-feira (21) e encerrará o processo às 23h59 de sexta-feira (24). Os resultados saem em 28 de janeiro.
Teoria de Resposta ao Item
Assim que as notas individuais do Enem 2019 foram divulgadas na manhã desta sexta-feira (17), relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o mesmo número de acertos ou notas próximas a zero com número alto de acertos começaram a aparecer nas redes sociais.
O Inep chegou a enviar uma nota à TV Globo informando como as notas são calculadas de acordo com a Teoria de Resposta ao Item (TRI). De acordo com o Inep, a metodologia avalia se o estudante acertou as questões fáceis e difíceis ou só as difíceis, por exemplo.
Fonte: Agência Brasil